A primeira regula a vida de quem veste o manto sagrado rubro-negro, seja antes, durante ou mesmo depois de fazê-lo. Quem não se lembra do (horroroso) Claiton, que de tão identificado com o Botafogo, acabou condenado pela torcida desde o primeiro momento como jogador do Flamengo? E André Dias, que será para sempre (mal) lembrado por ter dito que o clube não era grande?
A torcida rubro-negra, ao contrário do eleitorado brasileiro, tem memória. Mesmo que não tenha sempre razão.
Domingo, elevou Romário às alturas. Chegando ao cúmulo do absurdo de pedir para que ele, e não Ele, batesse um pênalti (muitos devem ter me achado louco quando virei para trás, de onde começou o coro, e proferi uma rajada de palavrões).
Enquanto isso, Bebeto e Tita receberam vaias quando seus nomes foram mostrados no telão. Renato Gaúcho nem precisava ter tido desempenho tão risível - desde o primeiro toque foi vaiado.
Eu não me proponho a achar explicações.
Mas Romário, mesmo tendo conquistado quase nada pelo clube, sempre demonstrou um imenso respeito pelo Flamengo após sair. Renato, além do gol de barriga e de toda a besteirada que ele rendeu, se mostrou uma figura arrogante e cheia de empáfia como "técnico". Bebeto foi protagonista de um dos maiores casos de traição na rivalidade entre Fla e Vasco. Passado que também pesa contra Tita.
Isso justifica que Renato - sem ele jamais teríamos conquistado o tetra em 87 - seja vaiado? Ou que Romário receba tanto carinho?
Aliás, carinho, pra mim, só pra Um.

E a WADA? A mão-de-ferro da política mundial anti-doping está prestes a massacrar um pobre jovem.
Mas ainda há esperança.
Jobson foi flagrado duas vezes, nos jogos contra Coritiba, 8 de novembro, e Palmeiras, 6 de dezembro. Com a contraprova do primeiro, são três resultados positivos para cocaína. Droga abominada pelos membros da agência, ainda que tenha tudo a ver com dependência e necessidade de ajuda e nada com aumento de desempenho.
Jobson já mentiu, caiu em contradição de datas e, pior, não admitiu dependência. A historinha contada, sem dúvida, complicará ainda mais sua situação.
Só que as leis da WADA falam de banimento do esporte quando o atleta é condenado duas vezes. No caso do brasileiro de vinte e um anos, o tribunal da entidade pode entender que, pela proximidade dos exames, trata-se de um mesmo caso. Isso aumenta a possível pena para até quatro anos. Mas pelo menos não decreta o fim da linha para um garoto que, de uma maneira ou de outra, precisa de ajuda.