sábado, 1 de novembro de 2008

(nem tudo é um) Mar de Rosas

Desde que Michael Jordan vestiu pela última vez a camiseta dos Bulls, o time de Chicago jamais teve um craque. Ao longo dos últimos dez anos de sofrimento (karma?), passaram pela equipe excelentes jogadores (Brand, Artest ainda novinho, Kukoc além do seu auge), bons jogadores (Mercer, Jalen Rose, Hinrich, Deng, Noce, Gordon) e muitos jogadores horrorosos (Marcus Fizer, Eddie Robinson, Eddy Curry, Rick Brunson, Paul Shirley, Kornel David...)

Mas nunca um craque.

No último draft os Bulls tinham só 1,7% de chances de escolher em primeiro. Deram sorte e a apostaram no armador Derrick Rose.

O mesmo Rose que me deixou boquiaberto no Final Four da NCAA deste ano.

Quanto a ele, Chicago não precisa se preocupar. Além de talentoso, é um exemplo de dedicação, reverente aos veteranos do time, humilde como um novato deve ser - mesmo que ele seja o único no elento a ter sido número um no draft. Sabe que é o futuro do time mas não age como um garoto de 20 anos que é.

Hoje, contra os Celtics, em Boston, Rose fez 18 pontos, perdeu a bola três vezes, roubou-a uma, deu só uma assistência (contra as 9 da estréia) e pegou quatro rebotes, tendo acertado seis de seus 14 arremessos (não tentou bola de três) e todos os seis lances livres que cobrou. Isso, tendo a defesa do atual campeão - a melhor defesa da liga - armada especialmente para contê-lo, nos 28 minutos em que esteve em quadra.

Os Bulls perderam feio e Rose pereceu sério e contrariado sempre que focalizado pelas câmeras quando estava no banco. Em seu segundo jogo como pro, aprendeu a lição de que os novatos, mesmo os números um, não têm nenhuma moral com os juízes. Ficou bom tempo no banco porque rapidamente chegou a três faltas. E mostrou, em dois lances seguidos no terceiro quarto, porque será um dos maiores armadores do basquete.

Num contra-ataque, duas mudanças de velocidade e duas de direção, antes da bandeja com reversão, marcado por três Celtics.

Noutro, uma bandeja pelo lado esquerdo, protegendo a bola como um quarterback na passada e largando-a na bandeja com a mão esquerda, como se fosse canhoto.

Tudo isso, numa velocidade fora do comum.

É hora dos Bulls limparem todo o elenco atual e moldarem um novo time em função do talento do seu número um. Como fizeram em apenas três anos depois da chegada de Jordan.

* * *

Neste domingo, na tv, tem Milan x Nápoli. Além de Kaká, Seedorf, Ronaldinho, Sheve etc, é boa chande de ver Lavessi, o argentino que está comendo a bola nesse início de temporada surpreendente do time do sul da bota no calcio.

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