segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fim-de-semana no parque.

O domingo de futebol começou com a cena mais engraçada que há atualmente no Maracanã. Meia hora antes do jogo, a fila na bilheteria da Avenida dava voltas e voltas em meio a grades (pelo menos acabou aquela muvuca) e enchia toda a esquina de gente. “Em menos de uma hora eu não entro no estádio”, pensei. Logo ao lado, na outra bilheteria, três guichês absolutamente vazios. Cheguei, pedi, comprei. Essa bilheteria não tem fila porque não vende meia-entrada. Mas será que naquela fila toda só tinha gente com carteirinha pra comprar meia? Duvido.

O Maracanã tenta, tenta, tenta, mas continua a ser uma bagunça.

Lá dentro, mais de sessenta mil pessoas passaram um calor do cão (com péssimo serviço – por algum motivo, não tinha ambulantes pela arquibancada com os isopores de água e refri) e viram um jogo bom demais. O gol logo aos dois minutos, claro, mudou tudo. Mas nada é à toa. O Flamengo fez sua melhor apresentação no campeonato (embora tenha sido a terceira goleada de cinco), num dia em que seus laterais não jogaram nada (na verdade, Juan foi horroroso e dispersivo), seu principal atancante não marcou (embora Obina tenha jogado bem fazendo o pivô para quem chegava de trás e caindo pela esquerda, na Avenida Roque Júnior) e Jaílton, bem, Jaílton voltou a ser Jaílton, cometendo um pênalti ridiculamente desnecessário e burro, que poderia ter mudado a partida. Não mudou porque nada mudaria, naquela tarde em que Ibson e Kléberson jogaram um futebol simples e genial – simples na qualidade do passe e nas tabelas e genial nos deslocamentos e triangulações.

Nem mesmo as substituições mais uma vez equivocadas do Homem Flúido conseguiram estragar o show rubro-negro. Éverton, que entrou no lugar de Juan no intervalo, deve ter feito umas quinze faltas pra tentar marcar o lado direito do ataque do Palmeiras, porque não sabe marcar - e não acrescentou muito no ataque. E a entrada de Toró no lugar de Marcelinho logo depois do segundo gol alvi-verde foi uma típica manobra covarde, retranqueira. Mas, numa tarde como a de domingo, até Caio Júnior teve seu nome gritado pela torcida.

Resta a pergunta – por que Ibson e Kléberson não jogam sempre dessa forma? Sem errar passes de três metros, sem prender a bola em demasia, sem se omitir do jogo? Na inesquecível tarde de domingo eles foram cirúrgicos, errando quase nada, buscando o jogo a todo instante, se movimentando por todos os lados do campo – como provam os lances dos cinco gols do Flamengo.

Agora ficou assim:

São Paulo 68
Grêmio 66
Flamengo 63
Cruzeiro 61
Palmeiras 61

Eu fico com o Grêmio, porque o time gaúcho pega gente desinteressada pela frente, enquanto o tricolor paulista pega gente desesperada. Cruzeiro x Flamengo, domingo que vem, praticamente vale a vaga na Libertadores, porque o Palmeiras pega o Ipatinga em casa.

Só o Calazans acha esse campeonato ruim

(Mas na coluna desta segunda ele se entregou – falou mal à beça do Obina, dizendo que o baiano não teve mobilidade, não teve corrida, esteve pesado... Porra, ou ele não viu o jogo ou ele é mesmo um cara cheio de preconceitos, porque o Obina foi peça chave da vitória, tanto quanto o Fábio Luciano, por exemplo. Correu, prendeu a bola no ataque, deu bons passes, caiu muito bem pela esquerda... a única coisa em que ele pecou, realmente, foi nas conclusões, pois teve duas chances e perdeu-as).

São Paulo? Grêmio?

Ou Flamengo?

Em uma rodada – a próxima – tudo pode mudar. De novo.

4 comentários:

Anônimo disse...

O problema é que o São Paulo também não é nada brilhante. Goleiro de expressão, boa defesa, técnico muito bom e um Dagoberto lá na frente.
O São Paulo, pra mim, vai ser campeão porque só esses quesitos já bastam pra sobrar nesse finzinho de Brasileirão.
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Vi teu armador na TV. O garoto ( q nao tem jeito nenhum de garoto) é um assombro. Muita velocidade e matador nos chutes. Mas o que mais gostei nele foi a seriedade: cara de mau o tempo todo e nenhuma firúla. Vi o Rose contra os Cavs há umas duas semanas...

abraço!

Bolinho disse...

promovi um pequeno escândalo na lah house de Bogotá quando vi o resultado...e te liguei na hora! Bebi até a madruga à nossa vitória.
E agora? Partiu BH??
abrá

Edu Mendonça disse...

Camilo, ele é rápido DEMAIS. Olha as médias do moleque nos dez primeiros jogos:

18,9 pontos, 5 rebotes, 5,6 assistências, 46% de 2, 35% de 3, 82% nos lances livres e só 2,5 erros em 38,5 minutos por jogo. Isso, sendo o centro das atenções da defesa adversária, sempre. Vai ser um monstro.

Edu Mendonça disse...

Qual a idéia pra BH, meu filho? Só posso ir no domingo.