Depois de dias da mais absoluta calmaria, o Ericsson 3 cruzou o portal diante da Marina da Glória às 7:37, vencendo a quinta etapa da Volvo Ocean Race. Mais de doze horas depois, às 19:57, cruzou o Ericsson 4, do nosso Torben.
Ao meio-dia, o primeiro já estava sem o mastro, que, como o casco, era cuidadosamente checado e reparado. Desmontar, lavar, testar, consertar. Tudo em ritmo acelerado.
Rápido. Devagar. Relativos.
Só para se ter uma idéia do fim desta perna, os dois barcos navegaram a maior parte do dia de hoje à velocidade de dois nós. Isso dá 3,6 quilômetros por hora.
Para os velejadores, um desafio psicológico tão grande quanto o teste físico de atravessar o Cabo Horn. A falta de vento pode ser tão implacável quanto o mar revolto.
Aí eu fico pensando no seguinte - cada um desses 55 homens que passaram pelo extremo sul das Américas teve uma experiência própria, uma percepção pessoal do que foram aquelas horas de tormenta no Horn.
Será que essa percepção, de alguma forma, mudou depois desses intermináveis dias de calmaria?
"É preciso dar tempo ao tempo". Foi o que (quase) todos disseram, com razão.
A frase pode tratar de Ronaldo. Mas também de Neymar.
Um quase no fim, tentando dar um come no tempo. O outro, bem no início.
Quem diria que o primeiro já teria marcado quatro gols à essa altura?
Quem diria que o outro teria se saído desta forma em seus primeiros passos?
Estão ambos provando, em campo, que Einstein tinha razão.
* * *
E Cuca? O que o tempo reserva pra ele?
Importante seria que o Flamengo soubesse que o relativo, neste caso, pode acabar sendo o futuro do time na temporada.
2 comentários:
Apesar da boa média de gols, Ronaldo parece fazer sempre uma partida de última temporada na carreira. Nem é legal ficar sondando por Copa, achar que superman existe. E o Neymar chama atenção. É driblador e objetivo; bom passe, duas pernas para o chute e participativo em todos os jogos até agora. Certamente não terminará 2009 jogando no Brasil.
Nem Taison, nem Keirrison...
Nem Erick Flores...
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