Antes de se tornar prefeito, o novo governante da cidade alardeava, aos quatro ventos, que Chiquinho da Mangueira, seu antecessor na SUDERJ, era ladrão. Sem meias pelavras. Eleito, nesse desastre que foi o último pleito, escolheu quem para o comando da SUDERJ? Chiquinho da Mangueira.
É claro que não pode ser sério o nosso prefeito.
Assim como não poder ser sério o "choque de ordem" promovido pelos quatro cantos da cidade (uma mentira, já que para o novo prefeito a cidade é composta de Zona Sul e Barra apenas).
Mesmo bairros tradicionais, como a Tijuca, seguem sendo terra de ninguém depois que o sol cai. Perguntem ao Marcelo Yuka.
"Dentro" da Tijuca, encontra-se o Maracanã. Único ponto da Zona Norte que o prefeito resolveu "moralizar". A quantidade de aspas, nesse caso, é proporcional ao despreparo do nosso governante. De olho na Copa de 2014, claro, o Maracanã tinha que se tornar novamente "civilizado". Mais aspas.
Primeiro, vieram as proibições de estacionamento. Proibições para inglês ver. Seguindo pela Avenida Maracanã, na altura da praça Vanhagen, o caos continua comendo solto com flanelinhas e carros ocupando a calçada. Isso, a dois minutos de caminhada do estádio.
Depois, a proibição da venda de bebidas alcóolicas no entorno do Maracanã, duas horas antes e duas depois do jogo. Problema dos donos de bares e restaurantes se isso pode levá-los à falência. Problema de quem não tem nada a ver com o jogo e quer tomar sua cervejinha nesses estabelecimentos em dia de futebol.
Agora, o fim dos camelôs no entorno do estádio. Claro, não combinam com a tal "ordem" do choque.
O resultado, como tudo que se faz de forma impensada, é catastrófico. Já na partida entre Flamengo e Resende, com público mediano, os bares do estádio não atenderam à demanda. No intervalo, já não havia água e cachorro-quente. Isso, numa tarde de sol absurdo.
No último domingo, com 75 mil pessoas e outro dia de calor senegalês, praticamente tudo acabou.
Agora imagine a cena - você leva seu filho ao Maracanã, de metrô, pra colaborar com a ordem no trânsito e o meio-ambiente (e com você mesmo, porque ir de carro, muitas vezes, é sinônimo de aborrecimento - fora o risco de assalto). Do metrô até o estádio, não se encontra mais um único camelô para se comprar água ou refrigerante pro moleque. Antes de entrar, ele e você são tratados como gado pela PM, que insiste com aqueles currais laterais que espremem gente, em vez de organizar filas frontais às roletas. Aí, quando conseguem entrar, suados, acabados, sedendos... os bares não têm mais água, nem refrigerantes...
O prefeito, que agora adora frequentar bares tradicionais do Leblon (onde donos e garçons afirmam que nunca o viram antes), também não devia ser muito de ir ao Maracanã.
4 comentários:
sem falar que "choque de ordem" é das expressões mais fascistas já criadas. se não foi o prefeito mauricinho quem a criou, que pelo menos não a usasse. mas ele nem sabe do que eu estou falando.
Maracanã virou teatro sem estrutura. Caro, chique, elitista, branco, mas sem refri. No intervalo de Fogo x Resende, não consegui comprar a coca-cola. Tinham, em média, 50 pessoas rodeando cada vendedor. E tudo acabou muito rápido.
Esqueceu que agora ele toca tamborim também;
aposto que o cara deve ter ido no Maraca umas duas vezes...de especial.
Quero minha cerveja de volta porra!
E, com tudo isso, tem quem defenda a Copa do Mundo aqui - mesmo sem fazer parte da quadrilha que vai lucrar com ela.
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