Inevitável comparar os dois amistosos - a boa apresentação diante da Itália (primeiro tempo, claro), com todo aquele tempero brasileiro, com a eficiente vitória pelo mesmo placar da Argentina sobre a França, empurrada pela torcida de Marselha na primeira etapa e vaiada na segunda.
(Aqui cabe um parênteses para o comentário do Alex Escobar na transmissão do Sportv - torcedor é torcedor, no mundo todo. Os franceses gritaram "olé" para sua própria seleção nos quinze minutos finais, além de pedir em coro a cabeça do técnico. Só o Ricardo Teixeira acha que uma seleção não pode ser vaiada em seu país).
Ao contrário do Brasil, que mandou e desmandou no primeiro tempo em Londres e tomou sufoco no segundo, a Argentina jogou acuada diante da França na primeira etapa e deu um banho de bola na segunda, a partir do momento em que esteve em vantagem no placar. Isso porque entrou em campo com uma escalação típica de quem joga fora, com Mascherano, Gago, Maxi Rodrígues e Jónas Gutiérrez no meio-campo. O meia do Atlético de Madrid não jogou nada. E o do Newcastle, apesar do primeiro gol, também não é jogador para ser titular de criação de uma seleção argentina. Sem a aproximação dos dois, Messi e Aguero ficaram isolados, aparecendo em raros contra-ataques no primeiro tempo. No segundo, em que logo saiu o gol, os dois atacantes foram fundamentais para que o time de Maradona prendesse a bola no ataque. Don Diego, aliás, mostrou enxergar bem o jogo de fora, ao botar Angeleri na lateral direita, avançando Zanetti, quando esse não conseguía mais acompanhar Ribéry, que caiu pela esquerda na segunda etapa. Tévez, que também entrou no segundo tempo, logo na primeira jogada puxou a marcação de três franceses e deixou a bola com Messi, que cuidou de mais dois para fazer um golaço. Aliás, é mesmo impossível marcá-lo no momento. Lionel é um canhoto que não joga como um canhoto, pois dribla para qualquer lado, sempre com a bola presa ao pé. Faz, como canhoto, o que não se espera de um. Messi joga bola como Bob Burnquist anda de skate, de switchstance. Faltou apenas ver Lavezzi em campo.
A França, por sua vez, entrou com uma escalação bem mais ofensiva, com três atacantes - Ribéry aberto pela direita, Henry pela esquerda e Anelka no meio - e mais Gourcuff encostando no ataque. Domenech não teve Evra, contundido. Embora ainda não seja titular absoluto da lateral esquerda, o jogador do Manchester é quase mais um atacante quando está em campo. Sem ele, com Sagna em péssima jornada e Toulalan e Diarra no meio-campo, todo o jogo da França dependeu dos quatro citados no início do parágrafo. E aí... Gourcuff não jogou mal, mas ainda não deve ter convencido os dirigentes do Milan de que pode ser um futuro substituto de Seedorf ou Pirlo. Dizem que ele gasta a bola no Bordeaux. Mas eu, sinceramente, não tenho paciência para assistir aos jogos do campeonato francês, reino do 0x0. Anelka também não jogou bem (normal) e nem Henry (cada vez mais normal esses dias). Mal escalada, a França não teve Nasri, que Domenech manteve no banco, e só viu Benzema em campo por cerca de vinte minutos, quando já perdia por dois. Realmente não dá para entender a cabeça de certos treinadores.
Nasri, Benzema, Lavezzi, Denis... todos no banco. Podia ter sido um jogo bem mais interessante do que foi.
2 comentários:
e domingo? inter x milan! taí um jogo que eu queria ver no estádio. em 1969. ao lado da monica vitti. antes de ir com ela ao show de lançamento do led zeppelin II.
Daria Milan em 69. Domingo, acho que dá Inter. Não tem Kaká de um lado e tem Ibra de outro.
Postar um comentário