Deus queira que Ney Franco não tenha assistido a Barcelona x Chelsea - e nem veja o teipe até o jogo de domingo (pro bem dele próprio, não deveria vê-lo nunca).
A primeira semifinal da Champions League terminou empatada sem gols. Foi apenas a quarta partida na temporada, em 54, que termina sem gol do time catalão. Em campo, coisas que nunca vi.
Nem um time húngaro, se tivesse chegado nesse ponto do torneio, teria se comportado como o Chelsea fez no Camp Nou. Pasmem, a equipe de Hiddink foi a Barcelona para não jogar, além de não deixar jogar (afinal, como deve pensar cada técnico europeu que não se chame Guardiola, "todo cuidado é pouco, vocês viram o que aconteceu com Lyon e Bayern...").
O time inglês não saiu jogando de seu campo nenhuma vez na partida. Em todos os tiros-de-meta, Cech chutou pro campo alheio, onde o 4-5-1 de Hiddink, bem avançado, brigava para manter a bola viva. Quando a perdia, voltava todo. Se, por acaso, o adversário não saía imediatamente, avançava sua linha de cinco do meio-campo, para pressionar a defesa adversária - e foi num erro de Rafa Márquez que Drogba roubou a bola e teve a única chance inglesa. Lampard e Ballack corriam de um lado para o outro, quase sem ver a cor. E Cech, com pelo menos quatro defesas monstruosas, foi o melhor do jogo.
Diante de um Chelsea tão fechado, o Barcelona tentou, tentou, tentou... mas nada. Teve algumas boas chances mas não teve o que mais gosta, o contra-ataque, o espaço. Basta dizer que nos únicos três contra-ataques catalães houve verdadeiro frisson no Camp Nou.
Eu sempre achei Guus Hiddink um baita técnico - e continuo achando, apesar do absurdo de hoje. Jogou pelo resultado, pelo 0x0, sem a mínima vergonha. Abdicou mesmo do básico, que é jogar bola.
É o medo que este Barcelona causa.
* * *
Tarde de futebol, noite do melhor basquete. O jogo cinco entre Boston Celtics e Chicago Bulls foi o terceiro entre os dois times a ser decidido na prorrogação, depois de quinze empates e treze viradas no placar. Muito parecido com o jogo quatro, que me obrigou a fazer algo que nunca imaginei, domingo passado, durante Flamengo x Botafogo - ficar olhando o telefone de cinco em cinco minutos pra acompanhar o tempo real do jogo na ESPN. Ok, de dois em dois minutos... Naquele, foram duas prorrogações, três horas e trinta e três minutos de basquete.
Ontem, três horas e cinco minutos de suspense até que, nas últimas quatro posses de bola dos Celtics, que jogavam em casa, a mesma jogada se repetiu - bola nas mãos de Paul Pierce para, sempre sob marcação individual, o arremesso da cabeça do garrafão. Vitória do Boston por 106 x 104, com um requinte de crueldade - dois lances livre para os Bulls com dois segundos no relógio. Mas a chance do empate foi jogada fora por Brad Miller, que errou ambos.
Campeão da temporada passada, o Boston teve vários jogos transmitidos pela tv. Vi todos, acho. Mas Vinnie Del Negro, técnico novato dos Bulls (como Dunga, nunca havia sido treinador antes), não deve ter assistido a nenhum deles. Afinal, só ele não sabia que, na hora H, Paul Pierce recorreria sempre à sua jogada predileta.
Quatro vezes seguidas. Nenhuma dobra de marcação, em nenhuma delas.
Técnico ruim é igual em qualquer canto, qualquer esporte.
4 comentários:
Ney vai retrancar muito, certamente.
sobre o Fla: É impressionante como voces nao chutam a gol. O Josiel teve que entrar hoje contra o Fortaleza, de novo, só pra tentarem o chute. Léo Moura me parece de sacanagem e o Zé Roberto, sem pernas e com muita barriga.
Estudando o adversário pra domingo?
E o pior é que você nem pode falar de basquete também... o meu ainda respira.
Admito que vi os 95 minutos de Fla x Fortaleza, também pq o Coutinho, amigo meu, tava no time nordestino.
Sobre basquete tá complicado. O dia que o Tim Duncan parar, vou ter q procurar outro ídolo, em outro time...
teu time tem uma missão indigesta demais nessa série. Se fosse só o Pierce já seria difícil.
Mas se a gente levar o jogo 6, daqui a pouco, em Chicago, aí quero ver...
Heros sugeriu a gente rachar um tx domingo.
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