O juiz acaba de apitar o fim do primeiro tempo. Barcelona quatro, Bayern Munique zero. Dois de Messi, um de Eto'o, outro de Henry - os três mosqueteiros do ataque catalão, que fizeram simplesmente setenta por cento dos gols do time, tanto na Champions League, quanto no Campeonato Espanhol.
Claro que a defesa alemã não ajuda... Oddo, Demichelis, Breno e Lell. O único com alguma velocidade para tentar acompanhar o trio do Barça é o último. Todos só não bateram mais cabeça que o técnico deles, Jürgen Klinsmann. Ok, ele não bateu, mas balançou-a de um lado para o outro o tempo todo, em total incredulidade.
O Barcelona do jovem técnico Pepe Guardiola - que tinha em Cruijff sua inspiração quando jogava e também agora, como treinador - não é nenhum time revolucionário, nenhuma coisa do outro mundo, embora pinte, nos dois últimos meses, como favorito para ser o que o Manchester foi na temporada passada.
Joga num 4-3-3 que faria alguns dos "professores" daqui arrancarem os cabelos, preocupados com a "fragilidade do esquema". Na escalação de hoje, com Puyol como lateral esquerdo, Daniel Alves se mandava bastante ao ataque, deixando, nessas horas, uma linha de três lá atrás, com Rafa Marquéz, Piqué e o capitão Puyol, tendo o bom volante Yaya Toure logo à frente, dando o primeiro combate em caso de contra-ataque. Iniesta e Xavi, os meias, jogam de frente para a área adversária, fazendo a bola girar entre a direita, com Messi, e a esquerda, com Henry. Eto'o atua mais enfiado.
E nem dá pra dizer, também, que todos se movimentam como um carrossel holandês. Nada disso. Messi, em todo o primeiro tempo, só caiu pela esquerda uma única vez. Henry nem pisou na grama do outro lado do campo. E Eto'o em nenhum momento saiu do meio para cair pelas pontas.
Como explicar então uma goleada de quatro a zero no primeiro tempo? Bem, basta ver os gols... em dois deles, lance idêntico - enfiada de bola por trás da zaga. Primeiro do camaronês pro argentino, depois a retribuição. No terceiro, Henry, aberto pela esquerda, levou Oddo na velocidade e cruzou para Messi marcar - mas podia ter sido Eto'o, que fechava logo atrás. E no quarto, depois de uma verdadeira agressão de van Bommel em Lionel, o juiz deu a vantagem no lance para o francês tocar no canto.
Nem vou falar que o Barça ainda teve um pênalti claríssimo não marcado sobre Messi e que Henry, antes de deixar o seu, perdeu um feito.
Vou falar apenas que, quando jogam dessa forma, Messi, Henry e Eto'o formam um dos melhores trios de ataque que vi jogar - e olha que vi muita gente boa...
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Preferi assistir ao segundo tempo de Liverpool e Chelsea - em Barcelona, acabou 4x0 mesmo.
Os Reds saíram na frente mas, para surpresa geral, acabaram perdendo em Anfield por 3x1. Curiosamente, o Chelsea é treinado por um holandês e jogou, como o Barça, num 4-3-3 genuíno, com Kalu e Malouda abertos nas pontas.
Eu fico imaginando quando teremos um técnico capaz de escalar Pato, Luis Fabiano e Nilmar ou Keirrison ou mesmo Robinho, desta forma, na seleção brasileira.
E quando teremos os times daqui jogando num verdadeiro 4-3-3.
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Palpites: Barça passa pelo Chelsea numa semi, Manchester vence o Arsenal na outra. E aí teremos uma final de parar o mundo da bola.
2 comentários:
Esse primeiro tempo do Barcelona foi de mentira. Tudo montagem. Caiu nessa, Edu? Devem ter combinado com os caras do Bayern, não é possível.
e na vida real aqui no Rio? acha que dá o quê?
meu palpite é Vasco x Flamengo. Vasco vence a taça rio e se fode contra o medíocre Botafogo na final geral.
HAHAHA. Você acha que seu time perde pro Vasco, mas que este ganha do meu na final? Típica psiqué alvi-negra... (não confia no próprio time quando faz uma análise realista, torce contra o meu como sempre mas, na decisão do título, aí vale a paixão).
Eu acredito num Botafogo x Flamengo na final da Taça Rio. E aí, em apenas um jogo, tanto o Bota pode vencer e ser logo campeão quanto o Fla levar a forçar mais dois.
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