Foram centenas de jogos. Três meses do calendário. E, tanto no Rio quanto em São Paulo, a decisão ficará entre os quatro grandes.
Há que se questionar não a existência dos estaduais, mas sim sua fórmula de disputa. Já temos um campeonato nacional nos moldes do restante do mundo, por pontos corridos, dois turnos, muito justo na seleção do seu campeão.
Os estaduais deveriam ser, então, a alternativa para grandes jogos decisivos, finais, semifinais, quartas, que sejam. Menos clubes, menos rodadas, mais importância para cada partida. Nada de Mogi, nada de Tigres. Torneios mais enxutos. Talvez dez times no Rio, doze em São Paulo, vá lá. Mas do jeito que está, no Rio, principalmente, temos jogos e mais jogos que deveriam reunir multidões e acabam menores, como o Fla-Flu de hoje.
Que, aliás, foi decidido aos 48 do segundo tempo.
Como em Campinas, onde o Santos garantiu a vaga aos 43, eliminando a Portuguesa.
Resultados que dão a impressão de que a emoção durou até o fim do que seriam as “fases de classificação” do paulista e do carioca. Pura impressão.
* * *
Faltou vento - como se isso fosse novidade na Baía de Guanabara, palco decadente da regata do porto da Volvo Ocean Race, lamento dizer.
As águas da baía, absolutamente imundas, receberam bem menos da metade dos cerca de duzentos e cinquenta barcos que acompanharam a prova há três anos. Com bem menos gente no mar e uma raia mais estreita que naquela oportunidade, desta foi possível às embarcações acompanhar o pega entre os Volvo 70 de um lado para o outro, acompanhando paralelamente os veleiros, que se arrastaram com ventos fracos, entre seis e doze nós. Ainda assim, foi uma regata emocionante – uma, porque depois de duas horas esperando o vento entrar, a organização cancelou a segunda. O barco espanhol Telefonica Blue, que montou a primeira bóia 27 segundos atrás do primeiro colocado Puma, acabou vencendo com 54 segundos de vantagem sobre o holandês Delta Lloyd, que teve Andre Fonseca, o Bochecha, como tático. O americano Puma terminou em terceiro, o sueco Ericsson 4, de Torben, em quarto – repetindo a posição do Brasil 1 há três anos – e o Ericsson 3, vencedor da perna Quingdao-Rio, em último, por conta de uma penalização.
Ericsson 4 (66 pontos), Puma (56,5) e Telefone Blue (54,5) partem como os três primeiros na classicação geral no próximo sábado, com destino a Boston, para 4900 milhas náuticas e cerca de quinze dias no mar.
Não sei exatamente quais lembranças levarão do Rio.
Se a passagem da Volvo Ocean Race pela cidade foi mais uma vez empolgante, deixou também claras as mazelas do Rio quando o assunto é náutica.
A Marina da Glória, apesar de mais bem dividida dessa vez, continua com a mesma estrutura precária, inapropriada até mesmo para receber um cruzeirista que queira um pouco de conforto depois de um longo tempo no mar. Imaginem para abrigar um circo como a Volvo.
A Baía de Guanabara continua vítima do descaso dos governantes. Num dia de absoluto calor, não se via um único corajoso suficiente para arriscar um mergulho. À esquerda da raia, pro lado de Niterói, água verde escura de tão suja. À direita, na praia de Botafogo e Urca, panorama não muito diferente, com um agravante – uma quantidade absurda de lixo, principalmente sacos plásticos.
Se fosse uma vistoria do COI em vez da Volvo...
3 comentários:
aconteça o que acontecer no próximo fla-flu, e também no botafogo x vasco, a história das semifinais começou aos 48 do segundo tempo, ontem, quando o empate do flamengo mudou os jogos do fim de semana que vem. acho que isso foi o mais legal da rodada.
Pois é, àquela altura, todo mundo já pensava no próximo jogo. Achei melhor assim pro campeonato. Vai ser um Fla-Flu e tanto o de domingo, independentemente do futebol que se jogar em campo.
o fla-flu é maior que o futebol em campo.
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