domingo, 21 de dezembro de 2008

O Craque Decidiu

Certa vez, em outro blog, eu escrevi que "Riquelme é craque com carimbo de craque". Ontem, na vitória do Boca sobre o San Lorenzo, que deixou o time argentino mais descaradamente admirado no Brasil com as mãos no título - vi várias camisa azúis e amarelas hoje na praia - Riquelme foi simplesmente decisivo, apesar de não ter jogado tão bem. O que segue são as anotações que fiz durante o jogo em meu bloquinho.

- O El Cilindro, estádio do Racing, tem capacidade para 64 mil pessoas. Lá estavam apenas 27 mil, por questões de segurança. Quem acha que o pau quebra aqui entre as torcidas organizadas, não conhece o futebol argentino. As duas torcidas ocuparam apenas as áreas atrás dos gols, separadas por toda a parte central do Cilindro. É como se, aqui, a branca e as especiais do Maraca separassem as torcidas de Fla e Vasco, por exemplo. Pode ser seguro, ok. Mas não combina com decisão. Dependendo da câmera, o estádio por vezes parecia vazio. E estádio vazio em decisão é como pegar a Angelina Jolie sem dar beijo na boca, ir à praia sem dar um mergulho ou ao Pizza Hut e não comer pizza.

- O San Lorenzo, que venceu o Tigre no primeiro jogo do triangular decisivo, precisava apenas de outra vitória para ficar com o título no ano de seu centenário. Para o Boca, até o empate era bom resultado, o que explica a postura excessivamente defensiva do time no início.

- O calor era tanto em Avellaneda, arredores de Buenos Aires, que os reservas dos dois times preferiam camisetinhas às camisas dos clubes, nos bancos.

- O primeiro passe de Riquelme foi um tijolo que Ibarra não conseguiu dominar, deixando a bola sair pela lateral. Estranho, pra dizer o mínimo.

- Barrientos quer ser Riquelme. Um Roman canhoto. Mas Riquelme joga de cabeça em pé. Barrientos, primeiro, tem que aprender a ficar de pé. Pra isso, precisa soltar a bola mais rápido.

- O choque de cabeça entre Forlín e Silvera foi assustador. E nada de ambulância no Cilindro. Parecia aqui, antes da morte de Serginho, do São Caetano.

- Vinte e oito minutos, falta frontal para o Boca, média distância. Outro bate, lá nas nuvens. É um crime ter Riquelme no time e ele não bater todas as faltas.

- Dátolo, pela esquerda, em velocidade, é um trem.

- Quarenta e oito minutos, Roman bate escanteio no primeiro pau, Viatri abre o placar de cabeça. Foi a primeira bola do Boca ao gol do San Lorenzo.

- Vinte e quatro minutos de intervalo.

- Quinze do segundo tempo, Solari chuta fraco, Garcia aceita, por entre as pernas, na hora de encaixar a bola. Frango mais clássico no futebol não há.

- Imediatamente Ischia bota Palácio Padawan Skywalker no lugar de Figueroa. O gol mudou o jogo. O San Lorenzo passou a buscar o segundo, que seria o do título.

- Aos vinte e quatro, Riquelme leva amarelo, num lance em que não conseguiu pisar no freio e atropelou o adversário. Fica, assim, fora do jogo de terça, contra o Tigre. Passo a acreditar na possibilidade de uma zebra histórica.

- Trinta e dois minutos, cinco toques na bola. De Garcia, ex-vilão, sai o lançamento perfeito na ponta-esquerda para Dátolo, que mata a bola magnificamente e lança para Riquelme, no lado direito da área. O toque de prima, de craque, deixa Palácio na cara do goleiro. Também de prima, ele o desloca. Dátolo-Riquelme-Palácio. Os homens do Boca.

- Foram doze amarelos e dois vermelhos num jogo em que o pau comeu, quase sempre com lealdade.

- Aos quarenta e oito, Chávez faz 3x1, elimina o San Lorenzo e deixa o Boca perto do título - dá até pra perder por um gol na terça. Mas no Cilindro não estará o craque pra decidir. O Boca que abra o olho.

13 comentários:

Anônimo disse...

Conheci esse Barrientos no River x San Lorenzo que vi em nuñes. Pensei: - caralho! joga demais, zárate veio por mais de 1 milhao, esse aí é que valia.

só que riquelme é isso aí mesmo... diferente demais com a bola no pé. aliás, fica pouco com a bola, faz ela correr. e mesmo nao jogando bem, vale o ingresso, a audiência.
Boca campeao, mesmo sem ele na "final". Os coadjuvantes (dátolo e palácio) sao bons demais. Figueroa é um lixo.

Bolinho disse...

perdi e acho que vou perder de novo amanhã, porque é na hora do jogo de DEUS né?
abrá

Edu Mendonça disse...

Perderemos.

Anônimo disse...

gosto do jogo e da cara do riquelme, elegante e dramático feito o tango. ele é muito argentino. no bom sentido.

Anônimo disse...

olho no viatri !!! o mlk é bom !!!

Edu Mendonça disse...

Pois é, sem a classe do Riquelme, o Boca vai precisar bastante da raça do Viatri, do talento do Palácio, do Dátolo. Sei não. O Tigre não está morto...

Unknown disse...

Opa! Blza?
Depois dá um confere no Blog NA VEIA.
www.naveiaprograma.blogspot.com
Super bjo!
And let´s rock baby!

Anônimo disse...

um sinal dos tempos: roger, o zagueiro-lateral, quer ficar no fluminense mas a diretoria ainda não tentou acertar com ele. roger é bom jogador, sério, raçudo, fez gol de título, dá moral ao time. mas tem 33 anos e não vale mais quase nada no mercado. então, dane-se o roger.

Edu Mendonça disse...

A palavra é AMADORISMO. Enquanto em São Paulo os dirigentes contratam nomes como Ronaldo, Lúcio Flávio, Eduardo Costa, Keirrison, Washington... aqui temos no Rio temos os famosos Fahel, Xandô, Willians, Enrico, Titi chegando...

Roger é bom nome pro Fla se o Flu não quiser. Experiente e joga em duas posições carentes do time.

Anônimo disse...

jaílton no flu !?!? parabéns, renatinho !!!

Edu Mendonça disse...

Ui.

Adição por subtração pro Fla, Felberg.

Pro Flu, a chance de rasgar 200 mil reais. Não duvido. De mais nada.

Edu Mendonça disse...

Não disse? Não disse? Enquanto isso, Arouca vai pro São Paulo.

Renatinho, Horcades não dá.

Bolinho disse...

ganhamos um presentaço de natal rapá: Jailton no tricoflor!
cadê o post sobre o jogo de DEUS?