Ontem foi dia de festa, oba-oba e reconhecimento, com a entrega dos dois mais importantes prêmios do futebol brasileiro - a Bola de Prata da Revista Placar e o Craque do Brasileirão, organizado pela CBF.
O primeiro é anos-luz mais tradicional, justo e transparente, com notas dadas pela Placar ao longo do campeonato desde 1970. Craques como Zico, Falcão, Sócrates e Reinaldo guardam com orgulho esses troféus em casa. O segundo tem apenas quatro anos de existência e a escolha é feita por um painel de 500 jornalistas, mas ninguém fica sabendo quantos votos cada eleito recebeu. Bem CBF.
As duas seleções ficaram assim:
Bola de Prata - Rogério Ceni (São Paulo), Vítor (Goiás), André Dias (São Paulo), Miranda (São Paulo) e Juan (Flamengo); Hernanes (São Paulo), Ramires (Cruzeiro), Wagner (Cruzeiro) e Tcheco (Grêmio); Borges (São Paulo) e Nilmar (Internacional).
Craque do Brasileirão - Victor (Grêmio), Léo Moura (Flamengo), Thiago Silva (Flu), Miranda e Juan; Hernanes, Ramires, Diego Souza (Palmeiras) e Alex (Internacional); Alex Mineiro (Palmeiras) e Kléber Pereira (Santos).
Para a Placar, o melhor jogador do campeonato foi Rogério Ceni, com média 6,21. Para a CBF, o craque foi Hernanes.
Só quatro jogadores aparecem nas duas, o que faz a gente pensar que entre esses 500 jornalistas teve muita gente votando pelo nome, sem ter realmente acompanhado certos jogadores ao longo do campeonato.
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Posto isso, aqui vai a seleção do Tudo Bola do brasileirão-08, que joga com três zagueiros, para aproveitar a boa safra da temporada, cinco homens no meio, sendo dois alas, e dois atacantes.
Rogério; Thiago Silva, Miranda e André Dias; Vítor, Hernanes, Tcheco, Alex e Jorge Wagner; Keirrison e Nilmar.
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Algumas poucas e boas sobre o Craque do Brasileirão, a que por algum movito obscuro, eu assisti:
- Por que Marcos Palmeira E Tony Ramos? Nenhuma apresentadora? Que mundo é esse, meu Deus? Da bola?
- Mais chato que o formato de entrega do prêmio, que tira toda a emoção do anúncio dos vencedores, só mesmo os stand up comedies apresentados pelos dois atores que eu, obviamente, não lembro os nomes. Longos e acompanhados de um silêncio constrangedor na platéia.
- Mais constrangedor que esse silêncio, só o discurso-protesto do senhor Simon. Vaiado na entrega do prêmio de melhor árbitro (em que ele ficou em terceiro), pegou o microfone e desatou a falar besteira/puxar o saco de Deus e todo mundo, saindo ainda sob vaias. Ele deveria saber que, no Rio, só não se vaia o Papa.
- O ministro dos esportes, Orlando Silva, também resolveu falar. Bastaram poucas palavras para ele deixar claro que não sabe nada sobre futebol ("o campeonato foi equilibrado porque teve três artilheiros"?)
- Quem falou e emocionou, emocionado, foi Pelé. Aliás, valeu assistir a tudo pelo momento em que alguns campeões de 58 se abraçaram no palco, com direito a até um João Havelange sorridente.
- Nilmar era o único jogador sem terno, preferindo um jeans com blazer. Aliás, mesmo sentado de cuecas no sofá de casa, me senti o mais elegante dos homens ontem.
6 comentários:
excelente texto. senti falta só de um comentário sobre o bonito clipe feito de "fotos em suave movimento". ficou elegante. e eu nunca tinha visto aquele efeito.
Ficou bacana mesmo (e mesmo tendo sido sonorizado com uma bossa nova, que também completa cinqüentinha). Aliás, curioso que a nova bossa do mundo da bola tenha tido sua afirmação, com a primeira conquista de Copa, justo no ano em que Vinícius passava as tardes de bobeira em Ipanema, vendo a vida passar, como tenho feito. Preciso criar minha bossa nova.
você não está falando sério - mesmo com todo ódio e "reiva" - que acha que o Jorge Wagner jogou mais bola que o Juan no decorrer do campeonato né?
e seu favorito Obina, não entra no lugar do Nilmar (que, Edu, convenhamos - não jogou naaada no brasileirão - só deslanchou na Sul Americana...)
adeeeeeeeeeeeeeeus!
Cara, o Nilmar fez 14 gols em bem menos jogos que os artilheiros, que terminaram com 21. E, pra mim, entre os que marcaram mais que ele no campeonato (Keirrison, Kléber Pereira, Washington, Alex Mineiro, Guilherme e Borges), só o K9 jogou mais que ele.
Quanto ao Juan... acho supervalorizado por todos. Primeiro porque não marca ninguém. Segundo, porque foi extremamente irregular no campeonato inteiro. Eu poria até o Leandro, do Palmeiras, no lugar dele no meu time.
Po Edu, essa tua seleçao, mesmo com 3 zagueiros tá ofensiva demais!
proponho a seleçao dos piores, com o camisa 10 solto pra criar:
1 - castillo
2 - César Prates
3 - jorge luiz
4 - domingos (santos)
6 - triguinho
5 - jonilson
8 - Ciel (flu)
10 - jaílton(faixa de capitao)
11 - Zé Carlos (fogao)
7 - Lenny (0 gols)
9 - Rafael Moura
Camilo, sou rubro-negro. Me acostumei ao longo da vida à essa coisa do futebol sempre pra frente, não adianta.
Na sua seleção dos piores eu poria o Fernandão no lugar do Rafael Moura. Afinal de contas, nada como estrear no clube de maior torcida do país perdendo um gol num chute à queima-roupa a menos de um metro do goleiro... E Zárate?
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