Quando a gente sai para uma viagem longa, como a que fiz agora - 45 dias -, é comum que se tenha aquela preocupação em deixar determinados aspectos mundanos da vida planejados, como aquela maldita conta que por algum motivo não está com débito automático, o pagamento do cartão de crédito - ninguém quer ficar sem ele no exterior - ou onde vai ficar o carro este tempo todo.
Tudo isso, claro, eu planejei. O que não deu pra planejar foi como ficaria o meu time.
E olha, foi difícil acompanhá-lo com uma diferença de fuso de seis horas a meu favor. Ainda assim, houve a noite em que, grudado na web, vi o dia clarear sem que a situação do meu time clareasse... E ainda aquela outra em que, dentro de um caminhão de transmissão, pude ouvir, ao vivo, dois gols seguidos do Guarani, em poucos minutos, me roubando uma alegria que já parecia certa.
Fato é que só tive esse sentimento uma única vez nestes 45 dias - quando o Flamengo venceu o Ceará, no Maracanã, logo depois que parti. No total, foram nove jogos, com essa vitória, três empates e cinco derrotas. Perdemos todas fora - para Corinthians, Atlético PR, Guarani, Cruzeiro e São Paulo. Em três jogos diante da torcida e de times desfalcados e/ou em má situação no campeonato, não passamos do empate - Atlético MG, Santos (sem Neymar e já sem Ganso) e Vitória (jogo que quase perdemos).
Pelo menos, desde que voltei (sem onda), foram quatro pontos em seis possíveis. Já é algo.
Conversando ontem com minha namorada, enquanto assistíamos ao Fla-Flu, expliquei-lhe que, no meu ponto de vista, o grande erro do Flamengo foi ter se planejado tardiamente para o campeonato brasileiro. Uma série de fatores levou a esse "atraso" e não entrarei em detalhes aqui. Basta dizer que não havia como ser muito diferente disso e que, com o que temos, acredito plenamente na possibilidade de classificação para a Libertadores.
E por que não? Hoje, estamos a apenas oito pontos do Santos, o sexto colocado. Ainda faltam quinze jogos e nove deles serão no Rio. Não acho que seria nenhuma grande façanha, se comparada à arrancada do ano passado.
Dorival Júnior e Silas tiveram comportamentos idênticos na rodada de ontem. Enquanto o primeiro fez valer sua vontade e afastou Neymar do grupo - ao que parece, ainda por tempo indeterminado -, o segundo fez o mesmo, de outra forma, deixando Petkovic no banco durante todo o Fla-Flu.
Resta saber, agora, como cada elenco vai reagir à demonstração de autoridade de seu treinador.
Um comentário:
Cara, não consigo enxergar esse seu otimismo como razoável... Até porque o Flamengo ainda terá muitos jogos "em casa" - mas tá sem sua casa verdadeira; será que a torcida vai empurrar no time no Engenhão quando for preciso? Acho que o Flamengo fica ali pelo limbo da sul-americana, não passa disso.
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