quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Melhor Que Da Última Vez.

Vencemos a Croácia e vencemos bem. Estamos entre os dezesseis melhores do mundo, resultado melhor que o do último mundial, no Japão, quando terminamos na décima-nona posição - nossa pior participação na história.

Tudo que fizemos de errado contra a Eslovênia, não repetimos hoje - principalmente na defesa. Mas não só. Trabalhamos a bola com mais calma, saímos com velocidade nos contra-ataques quando foi possível e demonstramos até uma incomum consciência na hora de chutar dos 3 - foram 10 de 19 arremessos, poucos deles forçados. Marcelinho voltou a ser fundamental (e cestinha), Alex foi um monstro e Leandrinho jogou de forma mais controlada. Ânderson, mesmo ainda sentindo o tornozelo, foi decisivo pelos 12 rebotes, quatro deles no ataque, compensando uma atuação mais apagada de Tiago, que ficou apenas 16 minutos em quadra. Tudo isso nos permitiu abrir uma boa vantagem e administrá-la no fim. Magnano mostra, a cada jogo, que nunca foi tão acertada uma escolha de técnico para a seleção brasileira.

Agora teremos quatro dias de descanso e treino. E a Argentina pela frente nas oitavas. Que seja melhor que da última vez em que realmente valeu algo.

Naquele primeiro de setembro de 2007 fazia um calor dos infernos em Las Vegas. Logo no início, Nenê sentiu a panturrilha e foi forçado a assistir ao restante do jogo do banco, de onde Lula Ferreira parecia não ter mais nenhum comando sobre seu time. Apesar disso, viramos o primeiro tempo na frente, 43 a 35. Jogávamos bem. Mas tivemos um apagão. Como o de anteontem, contra a Eslovênia. Perdemos o terceiro quarto por 30 a 13. O jogo por 91 a 80. E a vaga direta para Pequim, que ficou com nossos vizinhos.

Naquela partida e naquele torneio, Scola foi a diferença. Poucas vezes vi alguém jogar tanto. Mesmo com o timaço americano, que tinha Kobe, LeBron, Carmello e tantos outros, ele foi escolhido o MVP. Aqui em Istambul, Scola está jogando tanto ou mais que em Las Vegas, onde a seleção argentina não tinha Ginóbili e Nocioni, como agora.

Mas nós não tínhamos Magnano.

Hora dele mostrar que, como criador deste time, sabe melhor que ninguém os caminhos para derrotá-lo.


Se as cheerleaders russas têm presença garantida até o fim do mundial, a seleção delas deu azar e pode dançar nas quartas, quando provavelmente enfrenta a americana. As oitavas começam sábado com dois jogaços - Sérvia x Croácia, muito mais pela rivalidade, pois os sérvios têm muito mais time, e Espanha x Grécia. No domingo, outra partida que promete, entre Turquia e França - que hoje surpreendentemente foi derrotada pela Nova Zelândia.

Quem vencer o clássico Brasil x Argentina pega a Lituânia, que não perde para a China, nas quartas.

Vai começar o mundial.

4 comentários:

Anônimo disse...

Eu lembro bem do Adilson, Ubiratã, Carioquinha, Menon, Rosa Branca, Mosquito, Marcel, André, Oscar, Mauri, Rolando, Vlamir Marques, Edson Bispo, Norminha, Heleninha, Paula e Hortência. Sou da antiga, mas estou começando a gostar de basquete novamente.

Edu Mendonça disse...

Carioquinha era ídolo, numa época em que a camisa de nossa seleção era bonita e nosso basquete, mais respeitado aqui fora - por causa de seus resultados e não porque tem esse ou aquele na NBA ou Europa. Mas é fato que hoje temos grandes valores. A esperança é que o Magnano consiga fazer deles um time de verdade.

E dá pra desgostar de basquete?

Thiago disse...

Dá sim. É só ficar tantos anos fora de olimpíadas e sem ganhar nada importante. Não tem mais basquete na tv aberta, só quem tem cabo vê. nem a nba passa mais na tv, como antigamente, que tinha na band. infelizmente, o basquete viu o vôlei passar batido na frente e deixou de ser o segundo esporte do brasileiro (e se tivesse um Senna hoje ele nem seria terceiro). Vamos torcer pra que esse mundial mude um pouco isso. Se bem que como eu disse, ninguém tá vendo.

Edu Mendonça disse...

Tivemos uma administração desastrosa durante muito tempo na CBB. Sofremos as consequências até hoje e ainda vamos demorar um bocado para levantar novamente nosso basquete. Uma nova liga nacional, organizada e consistente, foi um passo. A contratação do Rubén Magnano, outro. E é assim, de passo em passo, que temos que continuar andando sempre para a frente. Aliás, pensar pra frente é o segredo, neste caso. Como aqui - o importante não é o mundial, e sim forjar um time de verdade para voltarmos aos jogos olímpicos. Daqui a pouco a tv volta a abrir os olhos pra gente - e, quem sabe, a seleção possa ser a porta de retorno, Thiago. Abs!