Alguém um dia disse que não há melhor maneira de se gastar dinheiro que viajando. Se a viagem inclui alteradores de consciência legais e um ou dois Air Jordans, melhor ainda.
Depois de uma semana em Amsterdam, um dos lugares mais civilizados do mundo - senão o mais - e duas semanas na Grécia - terra que amo mas tem um dos povos mais intragáveis do planeta -, cheguei ontem a Istambul, onde a partir de sábado acompanharei o Mundial de Basquete de uma maneira bem diferente das minhas experiências anteriores. Em 2004, em meio à cobertura das Olimpíadas de Atenas, precisava sair correndo para o ginásio e abrir mão de preciosas horas de sono para assistir aos jogos. Sem Brasil. Em 2007 e 2008, nos prés de Las Vegas e Atenas, em que o Brasil não se classificou para Pequim, pude respirar basquete integralmente, mas com diversas responsabilidades (como, por exemplo, lidar com engenheiros americanos que jamais entenderão como os engenheiros no Brasil não falavam inglês para resolver diretamente com eles os problemas técnicos, quando eles aconteciam). Agora, como free-lancer, minha única obrigação será gravar entrevistas após os jogos. Ou seja, praticamente uma extensão de minhas deliciosas férias, o que me dará tempo de atualizar o Tudo Bola diariamente.
Nada como duas semanas de basquete na veia.
Podia ser melhor, claro. Os americanos terão um time B, sem nenhuma das estrelas de Pequim. Praticamente todas as demais seleções chegarão desfalcadas de seus principais jogadores - Gasol, Ginóbili, Yao Ming, Nowitzki, Parker, Bogut, Papaloukas, só para citar os principais. O Brasil, até então imune à onda de contusões e com um técnico de ponta, ontem ficou sem Nenê.
Não sou médico, mas me parece estranho que uma contusão como esta tire um jogador como ele dos planos da comissão técnica. Recuperado de problemas nos tendões de Aquiles, Nenê agora sofreu um estiramento na panturrilha. Segundo o próprio médico da seleção, doutor Carlos Andreoli, seriam necessários de cinco a dez dias para a total recuperação. Assim, na pior das hipóteses, o pivô ficaria fora apenas dos três primeiros jogos, contra Irã, Tunísia e Estados Unidos. Duas babas e uma derrota certa. Mesmo que ainda levasse algum tempo para recuperar o ritmo, retornando, digamos, no fim da primeira fase, acredito que poderia ser peça importante para a hora do vamos ver, pois os jogos eliminatórios só começam em 4 de setembro (dependendo da nossa posição, talvez ainda mais, apenas no dia 7). Num grupo de doze jogadores, onde a rotação do técnico não deve passar de nove ou dez, valeria a pena arriscar e mantê-lo no grupo. Mas essa é apenas a minha opinião. Ruben Magnano tem uma medalha de ouro olímpica e certamente sabe o que está fazendo.
Depois de quatro derrotas seguidas em amistosos, hoje vencemos a Costa do Marfim, baba do grupo C. Oxalá não tenhamos mais nenhum problema médico.
Enquanto isso, os americanos afinam um time de garotos-prodígios, como Rose e Durant, exatamente como o Coach K gosta; os gregos, que são minha aposta para zebra, ficam quietinhos depois da pancadaria contra os sérvios e os espanhóis, atuais campeões, torcem para que o irmão Gasol menos famoso e talentoso esteja cem por cento para quando a bola subir.
E quando isso acontecer, certamente será um baita campeonato.
Se aqui na Turquia quase ninguém fala um bom inglês, na Grécia é bem diferente. E se o assunto é futebol, os gregos, que falam como se estivessem sempre dando um esporro em alguém, não se seguram. No caminho para o porto de Piraeus, rumo a Mykonos, troquei uma ideia com o taxista, um senhor apaixonado por bola e pelo Olympiakos, que passei a detestar depois da maneira como demitiu o Galinho.
Primeiro perguntei sobre Diogo, apresentado hoje por Ele na Gávea juntamente com Deivid. "Teve um bom primeiro ano aqui, mas no segundo, muitas contusões, jogou pouco".
E o Zico? O que houve?
"Ah, ele deu onze dias de folga aos jogadores entre o Natal e o Ano Novo... onde já se viu dar esse tempo todo de folga bem no meio da temporada? Por isso, terminamos em quinto no último campeonato nacional... Tínhamos ganho onze dos treze campeonatos anteriores!"
Aqui, o que vale é isso - ser melhor que o rival em casa. No caso, o Panathinaikos, justamente o campeão da temporada 2009-2010.
Por essas e outras - incluindo a demissão através de um oficial de justiça - o futebol grego jamais mereceu um cara como Zico.
6 comentários:
Será que aí rola banho turco?
hein?
hein?
Saudades tuas na arquiba brother! Quinta estaremos lá no Maraca pensando em você! Boa cobertura aí! abraço!
Cara, os turcos, apesar de simpáticos demais se comparados aos gregos, ainda desconhecem a invenção do desodorante. É realmente impressionante. Sobre o banho turco, ainda estamos avaliando. Homens e mulheres separados. Precisamos ver quanto custa, mas estamos na pilha. Cidade duca.
Força pro nosso Mengão, quinta já deve ter Diogo, né? Na espera do ataque Demolidor, DD. Abração!
fala, edu, é o fábio balassiano, tudo bem?
legal que vai acompanhar o mundial daí!
vou te linkar direto no bala na cesta, ok?
abs e sucesso, fábio
Fala, Fábio! Valeu, camarada, abração.
Eu acho que todo banho na Turquia é turco Bolinho.
Boa notícia sobre o Diogo. Pois com o médico que temos no Flamengo não há problema. Qualquer contusão ele dá uma injeção milagrosa, receita de seu avô, que cura tudo. Pergutem ao Kaká.
Maldonado renovou. Mas agora Rogério quer tentar um 3-5-2, que na verdade é um 3-6-1, com Lomba; Jean, David e Angelim; Léo, Correa, Willians, Renato, Petkovic e Juan; Diogo. Ou seja, só precisamos agora de um técnico de verdade, além de mandar o campeonato começar de novo.
Mas nada disso importa diante do retorno do Rafael "Baby" Araújo ao nosso esquadrão de b-ball. E agora ele quer ser chamado de Bábby, ou algo assim. Pobre Chupeta.
Sobre o banho turco, desistimos depois de andarmos de metrô na hora do rush aqui em Istambul. Nenhuma chance.
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