Não vou falar aqui sobre o que aconteceu ontem, em Bloemfontein, nem fazer paralelos com o lance quase idêntico ocorrido no Wembley, em 66, na final daquela Copa. Não há discussão, só a frieza dos fatos - no passado, a bola não entrou, mas tivemos o gol. Agora, ela passou 33 cm da linha, mas o placar no Free State Stadium permaneceu inalterado.
Não me parece possível que, depois desta, o International Board da FIFA permaneça irredutível quanto ao uso da tecnologia para elucidar este tipo de lance. Mesmo tendo, em 6 de março passado, se reunido exclusivamente para isso e, novamente, resistido ao fato de que o tempo não para.
Primeiro foi a NFL, a liga de futebol americano, que deu o direito aos técnicos de questionar dois lances duvidosos por jogo; as zebrinhas corriam para a lateral do campo, analizavam as imagens e anunciavam a decisão, por um microfone, para todo o estádio.
Depois foi a NBA, que instituiu o recurso do vídeo-tape para solucionar lances duvidosos nos minutos finais das partidas. E, nas finais deste ano, entre Celtics e Lakers, a nova regra se mostrou valiosa, sendo aplicada em praticamente todas as sete partidas. Vale ressaltar seu caráter específico para o basquete - o videotape não é usado para esclarecer, por exemplo, se houve uma falta em determinado lance. As marcações dos juízes continuam soberanas. As imagens servem, justamente, para saber se uma bola quicou ou não na linha, tocou ou não no aro, bateu na mão de um ou outro jogador antes de sair...
Ou seja, dúvidas parecidas com a de ontem.
Os puristas - ou os velhinhos da FIFA - podem argumentar sobre a questão da emoção ou mesmo do benefício de polêmicas como estas para o futebol. Ou ainda sobre os efeitos que paralizações para a checagem do videotape poderiam surtir sobre o jogo.
Para todos esses argumentos e retrógrados, eu deixo uma só pergunta:
E se Inglaterra e Alemanha, ontem, estivessem novamente decidindo uma Copa do Mundo?
Já imaginaram o tamanho da vergonha?
* * *
Tive a informação sobre o goleiro Bruno na sexta-feira. Vi a cara de incrédulo de meu irmão quando lhe contei, no sábado. Hoje, a notícia está em todos os jornais do Rio.
Não me admiro, sinceramente, se a agora provável denúncia da polícia tiver fundamento. Bruno é autor de uma das frases mais infelizes dos últimos tempos, a famosa "quem nunca bateu numa mulher?", proferida simplesmente na véspera do dia internacional delas.
Penso que o caso não seja apenas de polícia, entretanto. É caso de vergonha para um clube que, há tempos, se transformou na casa-da-mãe-Joana. E que, agora, busca reencontrar, com Zico, uma identidade perdida lá pelo início da década de noventa.
Rezemos para que a moça apareça e bem.
E para que o novo Flamengo não tenha mais gente deste tipo vestindo sua camisa.
7 comentários:
Agora o Bruno vai lançar outra frase:
"Quem nunca matou uma mulher?"
É duro ler, mais uma vez, o Flamengo nas páginas policiais.
Camarada,
O nosso hotel é uma espécie de Beto Carreiro World. Olha o que aconteceu no dia que a Van de atrasou...
Ainda bem que eu me aposentei dos esportes radicais...
http://sportv.globo.com/videos/copa-2010/v/jornalistas-do-sportv-se-aventuram-em-montanha-russa-na-africa-do-sul/1288909/
Ouvi essa no sábado. Triste pensar que o caso toma forma de verdade a cada detalhe solto pela polícia de MG. Sítio vigiado durante dias, movimentação de amigos, um bebê de colo, ordem pra todo mundo vazar quando perceberam a vigilância, amigo e atual parceira detidos para averiguação, confirmação de que ela entregou o bebê para uma amiga... tudo indica que o fim dessa história será realmente triste.
Vi agora! Duca! Ainda mais que sou viciado em montanha-russa...
Tô começando a achar que o Brasil vai levar essa Copa... a incoerencia do 'coerente' Dunga parece prevalecer até aqui... Futebol é muito estranho e surpreendente também... torcia pra que uma seleção resgatasse um espírito de competição, mas ao que tudo indica, o que infelizmente e muito mesmo, faz diferença, são os resultados... tem que se pensar e 'trabalhar com números' como disse ao PVC o 'coerente' Felipe Melo...
Nem sei se verei mais algum jogo, porqe fora pouquíssimas excessões, ô Copa horrível...
PS: Isso se concretizou em mim depois de ler a última do Juca Kfouri...
Coincidências existem sim, mas todos somos capazes de dar contornos diferentes à historias parecidas... e sinceramente não entendo mesmo ele ( o Kfouri).
Ah, o Juca é fera. Acontece que, durante a Copa, ele tem publicado vários textos de colaboradores e de gente que manda pra ele - esse das coincidências era um (e elas realmente impressionam).
Pra mim, de bom nesta Copa, até agora, só o futebol mostrado por Argentina e Alemanha - e, mesmo assim, em doses, não em porres. E ainda a emoção de jogos como Eslováquia x Itália e o da classificação americana, com aquele gol do Donovan no fim. Mas
e pouco, concordo contigo.
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