segunda-feira, 13 de julho de 2009

Metade da metade.

"Ah, mas o campeonato ainda não engrenou, agora que vai começar de verdade." - comentaristas em geral

"Que preocupado que nada, ainda tem muito campeonato pela frente!" - tricolores do Rio em geral

"Cavalo paraguaio é o c... vamos acabar com o jejum de... de... nossa, é até difícil fazer essa conta..." - atleticanos em geral

"Somos time de arrancada, vai ser como no ano passado, o Muricy vai ver só..." - são-paulinos em geral

"Eu não enteeeeiiindo essa deconfiança com nosso time." - como se chama quem torce pelo Barueri?

É fato. Encerrada a décima rodada, mais de 25% do campeonato já se foi. Nesse admirável mundo dos pontos corridos, todos os times têm o mesmo número de jogos disputados (10) e a disputar (28). Tirando o Cruzeiro, ninguém mais se preocupa com competições paralelas. Acabaram-se as desculpas.

Dentro desse panorama, cinco times surpreendem até aqui, para o bem e para o mal:

Atlético Mineiro - eu já cheguei a chamá-lo de Patético Mineiro aqui. Afinal, um time que nos últimos anos, além de ser rebaixado, ainda teve que aturar dois vices para o arqui-rival com acachapantes goleadas idênticas na decisão, merece mesmo. Mas, surpresa - o galo lidera o campeonato com seis vitórias e apenas uma derrota em dez partidas. Qual a explicação? Bem, em primeiro lugar, uma olhada na tabela. As vitórias foram sobre o Grêmio (com titulares, diga-se), Sport, Atlético Paranaense, Náutico, Santos e Cruzeiro (com reservas). Destes, o melhor colocado até agora, em sexto, é o time gaúcho. Não dá pra dizer que a tabela foi exatamente exigente com o líder até aqui. Ainda mais se notarmos que o Atlético perdeu pontos nos empates com Avaí (fora), Santo André e Botafogo (em casa), sem falar na derrota para o Barueri. Pela frente, nas próximas nove rodadas (que completam o primeiro turno), virão São Paulo, Vitória, Fluminense, Goíás, Flamengo, Coritiba, Inter, Palmeiras e Corinthians. Será o verdadeiro teste para a turma de Celso Roth, Júnior e Éder Luis.

Vitória - uma simples olhada na tabela, por incrível que pareça, também explica o sucesso do time treinado por PCC. Vejamos: estreou vencendo o fraco Atlético Paranaense, no seu único triunfo fora de casa. Venceu também Sport, Grêmio, Botafogo, Santo André e Santos, todos em Salvador. Quando jogou fora, perdeu para Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo. No Beira-Rio, empatou com o time reserva do Internacional. Ou seja, o Vitória só é vitória em casa. Resta saber até quando o time seguirá se impondo no Barradão - e se isso vai acontecer diante de adversários mais fortes.

Barueri - o mais incrível da campanha do Barueri é que, nas cinco primeiras rodadas, foram só quatro pontos, com quatro empates (Sport, Flu, Palmeiras e Goiás) e uma derrota (Corinthians). Nas cinco seguintes, treze pontos conquistados, com vitórias sobre Avaí, Cruzeiro, Atlético MG e Coritiba e o empate com o Santo André. Por conta da surpreendente e ascendente campanha, o atacante Fernandinho, em entrevista após a última vitória, disse que o time tem que pensar no título brasileiro. Sério. O técnico Estevam Soares foi rápido: "- Ouvi a manifestação do Fernandinho. É até normal um jogador jovem se empolgar um pouco mais. Mas na segunda-feira, na nossa conversa, isso acaba". A pergunta é quando vai acabar o encanto do Barueri.

São Paulo - onze pontos em dez jogos. Mesmo número de derrotas, no primeiro semestre de 2009, do que em todo o ano passado. Um técnico novo e que trabalhava há anos e anos no exterior. Outra eliminação na Libertadores, que culminou na demissão de Muricy. Para o bem do futebol brasileiro, a era São Paulo acabou. E, nesse caso, a explicação é simples - tudo, um dia, acaba.

Fluminense - dez pontos em dez jogos. Zona de rebaixamento. O Fluminense veio para a temporada 2009 embalado pela grande campanha na Libertadores do ano passado e iludido pelo retorno (ele chegou mesmo a ir?) de Thiago Neves. Mas o futebol apresentado até aqui é dos piores dos últimos tempos tricolores. Parreira caiu hoje e fala-se em Muricy. Papo. Malandro, jamais aceitaria treinar um clube comandado por um cardiologista e um empresário que não entendem nada de futebol. É bom abrir o olho, porque não se trata nem de cair ou não cair, mas sim de acostumar a torcida ao drama do cai-não-cai, como foi em 2008. É assim que se perde a base de torcedores. Mas seus dirigentes, no momento, parecem mais preocupados em saber quantas quadras de tênis cabem no campo das Laranjeiras, então...

5 comentários:

Camilo Pinheiro Machado disse...

O Fluminense não me surpreendeu. O Atlético sim. Acho que o Galo belisca uma libertadores.

CUIDADO COM A GENTE NO DOMINGO!!!!

Edu Mendonça disse...

Será? Não vejo esse time do galo se mantendo, até o fim, na frente de Inter, Grêmio, Corinthians, Palmeiras e Fla.

Sobre domingo, não posso deixar de lembrar de toda aquela confiança tua e do Heros no táxi a caminho do Maraca no último confronto...

renato disse...

e depois de uns dias maravilhosos e alienados em tiradentes, leio, de volta ao rio, que o fluminense queria muricy ou renato gaúcho. como assim? um é o oposto do outro! ou se quer o muricy ou se quer o renato gaúcho. qual é a linha de pensamento do fluminense? hahahá. enquanto escrevia a última frase, comecei a rir sozinho.

Edu Mendonça disse...

O Flu queria o Muricy do mesmo jeito que o Corinthians quer o Riquelme... Renato, de novo, depois daquilo tudo, duro de acreditar.

renato disse...

meu time acabou, camarada. o fluminense é do "centro histórico do rio". a cidade nova o desconhece. não existe fluminense na baixada nem em jacarepaguá, não existe fluminense nos lugares pra onde a cidade cresceu a partir do século vinte. o fluminense acabou quase junto dele, o século passado. um pouquinho antes, talvez.