Não pra FIFA.
Mas antes, vamos à Copa do Brasil. Ou ao Fla-Flu, tanto faz.
O DVD produzido pela diretoria do Internacional com uma compilação de erros de arbitragem que beneficiaram o Corinthians em sua trajetória até a decisão foi o assunto do dia. Pressão patife para cima de Ricardo Marques Ribeiro, que vai apitar o jogo de quarta.
(Mas, vale dizer, desde a idade da pedra raposas mais felpudas usam essa tática antes de jogos como este. A única novidade é a adequação da antiga malandragem dos técnicos aos tempos de hoje - um DVD apresentado por cartolas com o nome de dossiê.)
Ronaldo respondeu assim: "Os cartolas do futebol têm de fazer alguma coisa para aparecer. Muitas vezes, fazem para atrapalhar. Mas o futebol é lindo e emocionante por causa dos erros dos árbitros. Imagine se fosse tudo automático, sem nenhum tipo de erro? Seria monótono".
E aí cabe a pergunta - seria?
E o que seria se o juiz de ontem não tivesse marcado o impedimento de Adriano, num dos últimos lances do Fla-Flu, e o atacante tivesse empurrado para o gol aquela bola? Qual seria a graça pro torcedor tricolor perder o jogo dessa forma?
Teria sido menos emocionante a virada do Brasil (presumo, não vi o segundo tempo) se o juiz tivesse validado o gol legítimo de Kaká? Pois imaginem se Lúcio não tivesse feito aquele gol no fim e a seleção tivesse perdido a final, digamos, nos pênaltis... para os americanos, não menos.
Seria lindo?
Erros de arbitragem acontecem a torto e a direito, em todos os esportes. A diferença é que só o futebol parece ignorar o avanço da humanidade. A maior prova foi justamente a estreia do Brasil contra o Egito, que ficará marcada pra sempre como o jogo do pênalti marcado pela tv.
A FIFA, claro, mandou tirar o bode da sala. Digo, a tv.
Enquanto isso, tênis e vôlei testam (e usam) chips eletrônicos, o basquete usa e abusa do video-tape e outros esportes recorrem à tecnologia para fins menos nobres (morte aos maiôs da natação!)
Não tem cabimento, no mundo de hoje, uma final de Copa do Mundo poder ter desfecho igual ao de 1966. Seria romantismo demais pro meu gosto.
* * *
Eis que, de uma hora para outra, Muricy e Luxemburgo estão sem emprego.
E Dunga mais firme que nunca rumo à Copa que podemos ganhar ou perder, mas jogando como jogava o técnico.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Dez coisas que me irritam em noventa minutos desta seleção brasileira:
1 - O Galvão. Ok, ele não é da seleção, mas às vezes parece. O Felipe Mello em campo, então. Não me conformo mesmo.
2 - A transformação do lateral esquerdo num quase terceiro zagueiro promovida pelo Dunga. Não é nosso futebol que está sem talento pra posição. É a exigência do técnico em ter um jogador de marcação por ali, pra liberar Maicon ou Daniel Alves pela direita, que castra nosso lateral canhoto. O destro sobe sempre. Mesmo quando o jogo está do lado esquerdo, ele fica além da linha de meio-campo esperando a virada de bola. Pra que suba sempre, Dunga prende o lateral esquerdo, seja ele quem for.
Sabem como é, Gilberto Silva e Felipe Mello saem muito pro jogo, só pensam em atacar, a defesa fica desprotegida...
3 - Zagueiros que marcam a bola. Lúcio e Luisão têm na experiência sua maior (única, hoje?) qualidade. Mas ainda não aprenderam que zagueiro marca o atacante, não a bola. A África do Sul acaba de perder um gol na pequena área com nossa dupla de zaga olhando a bola chegar livre pra cabeçada do zagueirão sul-africano. Que nem era o branco-azedo gigante, e sim o negro, mais baixo. Thiago Silva está vendo o jogo pela TV, como eu.
4 - A dificuldade, quase incapacidade que esse time tem de jogar contra adversários fechados. Sempre foi assim com a seleção brasileira. Times retrancados, não essa dificuldade. Não lembro da geração de Leandro, Júnior, Falcão, Sócrates, Zico e Reinaldo enfrentando times abertos. Eram retrancas iguais às de hoje. Os nomes é que são diferentes. Hoje temos Gilberto Silva e Felipe Mello no meio-campo. Acho que já falei deles.
5 - A falta de cancha do Dunga como técnico, até porque ele não é, está aprendendo a ser. Dunga não sabe mexer no time durante a partida. Nem na estrutura, nem nas substituições. Bota reservas em campo faltando cinco minutos pro fim, nas mais diferentes situações - já fez isso vencendo de muito, empatando sob vaias e perdendo. Técnico mesmo não faz isso, ainda mais numa seleção brasileira, é algo que jogador detesta, com razão. Dunga também nunca mexe no time no intervalo, mesmo que ele esteja jogando pessimamente. Como hoje.
6 - A indolência tática de nossos atacantes. Nessa eu vou dar uma colher-de-chá pro técnico, porque eu suponho que o Dunga peça a Robinho e Luis Fabiano que pressionem a saída de bola do adversário. Hoje, pra quem é malandro, essa é uma das principais armas do futebol, roubar a bola já próximo ao gol. Que o digam Barcelona e Manchester, mestres nessa arte (outro é o Arsenal). Diante de uma defesa rápida mas sem nenhum jogo de cintura, nossos atacantes em momento algum se empenharam realmente em dificultar a saída de bola sul-africana, só fizeram sombra.
E eu acabo de ouvir a frase "Felipe Mello hoje não está tão bem como nos outros jogos". Meu Deus. No segundo seguinte, Júlio César faz um milagre. A África do Sul dá calor no Brasil já há alguns bons minutos.
7 - As bordoadas. E elas ocorrem aos borbotões. Luisão. Lúcio. Felipe Mello. Todos baixam o sarrafo sem constrangimento. E, nessas horas, me parece inegável que os juízes olham pra camisa antes de puxar o cartão. Mesmo assim, Luisão e Felipe já tomaram os seus.
8 - Gilberto Silva. Que foi um baita jogador. Foi. Fez parte de um time do Arsenal que entrou pra história. Fez. Que foi campeão do mundo. Foi, há sete anos. Hoje, dá pena vê-lo se arrastar em campo com aquelas pernas compridas que antigamente eram responsáveis por uma passada irresistível. Gilberto não vinha agradando nem no Panathinaikos, como me informam meus contatos gregos.
E agora, aos 35 do segundo tempo, Dunga mandou Daniel Alvez pro aquecimento. Pra entrar na esquerda, torto, no lugar do André Santos. Isso que é confiar no seu titular da posição. E no seu reserva, que está no banco...
9 - A sorte do Dunga. Minutos depois de entrar, Daniel Alves fez de falta. Largo até quando erra. Afinal, como disse o Falcão, "ele bateria do mesmo jeito se tivesse entrado no lugar do Ramires". Sacanagem com os sul-africanos. Mas futebol é assim e eles jogaram de igual para igual, vão fazer festa do mesmo jeito por terem perdido por um a zero pro Brasil.
10 - A pequenez do estilo Dunga. Fez duas substituições nos dois minutos finais, pra parar o jogo. Deve achar isso cancha, malandragem. Eu acho indigno do Brasil. Mas é isso, tempos difíceis pra se torcer e apreciar jogo da seleção.
2 - A transformação do lateral esquerdo num quase terceiro zagueiro promovida pelo Dunga. Não é nosso futebol que está sem talento pra posição. É a exigência do técnico em ter um jogador de marcação por ali, pra liberar Maicon ou Daniel Alves pela direita, que castra nosso lateral canhoto. O destro sobe sempre. Mesmo quando o jogo está do lado esquerdo, ele fica além da linha de meio-campo esperando a virada de bola. Pra que suba sempre, Dunga prende o lateral esquerdo, seja ele quem for.
Sabem como é, Gilberto Silva e Felipe Mello saem muito pro jogo, só pensam em atacar, a defesa fica desprotegida...
3 - Zagueiros que marcam a bola. Lúcio e Luisão têm na experiência sua maior (única, hoje?) qualidade. Mas ainda não aprenderam que zagueiro marca o atacante, não a bola. A África do Sul acaba de perder um gol na pequena área com nossa dupla de zaga olhando a bola chegar livre pra cabeçada do zagueirão sul-africano. Que nem era o branco-azedo gigante, e sim o negro, mais baixo. Thiago Silva está vendo o jogo pela TV, como eu.
4 - A dificuldade, quase incapacidade que esse time tem de jogar contra adversários fechados. Sempre foi assim com a seleção brasileira. Times retrancados, não essa dificuldade. Não lembro da geração de Leandro, Júnior, Falcão, Sócrates, Zico e Reinaldo enfrentando times abertos. Eram retrancas iguais às de hoje. Os nomes é que são diferentes. Hoje temos Gilberto Silva e Felipe Mello no meio-campo. Acho que já falei deles.
5 - A falta de cancha do Dunga como técnico, até porque ele não é, está aprendendo a ser. Dunga não sabe mexer no time durante a partida. Nem na estrutura, nem nas substituições. Bota reservas em campo faltando cinco minutos pro fim, nas mais diferentes situações - já fez isso vencendo de muito, empatando sob vaias e perdendo. Técnico mesmo não faz isso, ainda mais numa seleção brasileira, é algo que jogador detesta, com razão. Dunga também nunca mexe no time no intervalo, mesmo que ele esteja jogando pessimamente. Como hoje.
6 - A indolência tática de nossos atacantes. Nessa eu vou dar uma colher-de-chá pro técnico, porque eu suponho que o Dunga peça a Robinho e Luis Fabiano que pressionem a saída de bola do adversário. Hoje, pra quem é malandro, essa é uma das principais armas do futebol, roubar a bola já próximo ao gol. Que o digam Barcelona e Manchester, mestres nessa arte (outro é o Arsenal). Diante de uma defesa rápida mas sem nenhum jogo de cintura, nossos atacantes em momento algum se empenharam realmente em dificultar a saída de bola sul-africana, só fizeram sombra.
E eu acabo de ouvir a frase "Felipe Mello hoje não está tão bem como nos outros jogos". Meu Deus. No segundo seguinte, Júlio César faz um milagre. A África do Sul dá calor no Brasil já há alguns bons minutos.
7 - As bordoadas. E elas ocorrem aos borbotões. Luisão. Lúcio. Felipe Mello. Todos baixam o sarrafo sem constrangimento. E, nessas horas, me parece inegável que os juízes olham pra camisa antes de puxar o cartão. Mesmo assim, Luisão e Felipe já tomaram os seus.
8 - Gilberto Silva. Que foi um baita jogador. Foi. Fez parte de um time do Arsenal que entrou pra história. Fez. Que foi campeão do mundo. Foi, há sete anos. Hoje, dá pena vê-lo se arrastar em campo com aquelas pernas compridas que antigamente eram responsáveis por uma passada irresistível. Gilberto não vinha agradando nem no Panathinaikos, como me informam meus contatos gregos.
E agora, aos 35 do segundo tempo, Dunga mandou Daniel Alvez pro aquecimento. Pra entrar na esquerda, torto, no lugar do André Santos. Isso que é confiar no seu titular da posição. E no seu reserva, que está no banco...
9 - A sorte do Dunga. Minutos depois de entrar, Daniel Alves fez de falta. Largo até quando erra. Afinal, como disse o Falcão, "ele bateria do mesmo jeito se tivesse entrado no lugar do Ramires". Sacanagem com os sul-africanos. Mas futebol é assim e eles jogaram de igual para igual, vão fazer festa do mesmo jeito por terem perdido por um a zero pro Brasil.
10 - A pequenez do estilo Dunga. Fez duas substituições nos dois minutos finais, pra parar o jogo. Deve achar isso cancha, malandragem. Eu acho indigno do Brasil. Mas é isso, tempos difíceis pra se torcer e apreciar jogo da seleção.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Vale Tudo
Qual é o verdadeiro Flamengo?
O que goleou o Inter, ontem?
Ou o que foi goleado pelo Coritiba, domingo passado?
Que, diga-se, são o mesmo time que deveria ter vencido Cruzeiro e Sport, mas perdeu para ambos. Que poderia, assim, estar com dezesseis pontos na tabela, mas só tem dez. Que teria condições, com o elenco que tem, de brigar pelo título brasileiro sim. Mas não acho acredito que vá.
A vitória de ontem não foi pelo Cuca. Teve a ver com a eliminação da Copa do Brasil, ainda entalada na garganta dos jogadores. O Fla poderia estar decidindo o título com o Corinthians, agora. Mas também poderia ter sido eliminado pelo Coritiba nas semis, caso tivesse passado pelo colorado. Poderia, deveria, seria...
Esse time do Flamengo pode tudo. Porque na Gávea, no momento, tudo pode.
O lance do pênalti, ontem, é exemplo oportuno. Vencia por três a zero, fatura liquidada, quando começou a discussão entre Adriano e Juan para decidir quem cobraria. Porque, como ficou claro, até hoje o time de Cuca não tem um cobrador oficial - coisa que, em qualquer lugar civilizado da bola, é o técnico quem determina. Toró deu seu pitaco, Léo Moura também, e no fim foi Adriano quem falou mais alto, bateu e fez. Ponto pra ele. Juan, que queria cobrar, que chegou a pegar a bola, que insistiu até que Adriano a tirasse dele, saiu balançando a cabeça, em sinal de descontentamento (normal dele, Juan está sempre descontente, seja com um companheiro, com o juiz, com quem lhe faz falta, com quem lhe dribla). E Ibson, dono do jogo ontem, ficou menos contente ainda, ao ver tudo isso. De tão irritado com a situação, reclamou com Cuca e nem comemorou com os companheiros o quarto gol. Só se acalmou mesmo depois de sair de campo sob aplausos e coro da torcida para ficar.
O treinador? Disse, textualmente, o seguinte:
"O Ibson era o juiz do caso. Treinamos dez pênaltis, o Adriano fez oito, o Juan fez oito... O Juan se preparou e o Adriano também queria bater. Ele tinha feito dois gols e merecia. Pior é quando a briga era para não cobrar."
Hã? Hein???
Não pode ser sério um comandante assim.
* * *
Cuca ligou pro Juvenal? Bem, pelo que disse ontem, na coletiva após o jogo, sim. Chegou a pedir desculpas ao Muricy caso "tenha criado algum desconforto para ele".
Isso, depois de afirmar que não mantém relação pessoal com o presidente do São Paulo. "Nunca liguei pra perguntar como ele está, nem pra lhe dar parabéns no seu aniversário."
Ora, então ligou no sábado para falar o quê?
O Brasil venceu e desclassificou a Itália, ontem, com uma grande exibição. É o que dizem os jornais, sites, jogadores da seleção e seu técnico.
Eu não pude assistir ao primeiro tempo. Quando liguei a tv, já se tinham passado quatro minutos do segundo.
Dali em diante, o que vi foi um time se defendendo o tempo todo, mesmo diante de uma das piores seleções italianas que já foram formadas. Que depende de bondes como Luca Toni e Gilardino, que ainda acredita em veteranos como Pirlo e Camoranesi. Diante desse quadro, Dunga só foi mexer no time aos 37 e 43 minutos, botando mais dois volantes em campo, Kléberson e Josué.
E depois da partida, eu me deparo com manchetes como "BRASIL JOGA À LA 70 E ATROPELA A ITÁLIA."
Realmente, eu devo entender só de basquete mesmo.
Ou nem isso. Afinal, agora minha profissão passou a ser tão regulamentada quanto à de prostituta - exerce-a quem quiser e tiver a oportunidade.
O que goleou o Inter, ontem?
Ou o que foi goleado pelo Coritiba, domingo passado?
Que, diga-se, são o mesmo time que deveria ter vencido Cruzeiro e Sport, mas perdeu para ambos. Que poderia, assim, estar com dezesseis pontos na tabela, mas só tem dez. Que teria condições, com o elenco que tem, de brigar pelo título brasileiro sim. Mas não acho acredito que vá.
A vitória de ontem não foi pelo Cuca. Teve a ver com a eliminação da Copa do Brasil, ainda entalada na garganta dos jogadores. O Fla poderia estar decidindo o título com o Corinthians, agora. Mas também poderia ter sido eliminado pelo Coritiba nas semis, caso tivesse passado pelo colorado. Poderia, deveria, seria...
Esse time do Flamengo pode tudo. Porque na Gávea, no momento, tudo pode.
O lance do pênalti, ontem, é exemplo oportuno. Vencia por três a zero, fatura liquidada, quando começou a discussão entre Adriano e Juan para decidir quem cobraria. Porque, como ficou claro, até hoje o time de Cuca não tem um cobrador oficial - coisa que, em qualquer lugar civilizado da bola, é o técnico quem determina. Toró deu seu pitaco, Léo Moura também, e no fim foi Adriano quem falou mais alto, bateu e fez. Ponto pra ele. Juan, que queria cobrar, que chegou a pegar a bola, que insistiu até que Adriano a tirasse dele, saiu balançando a cabeça, em sinal de descontentamento (normal dele, Juan está sempre descontente, seja com um companheiro, com o juiz, com quem lhe faz falta, com quem lhe dribla). E Ibson, dono do jogo ontem, ficou menos contente ainda, ao ver tudo isso. De tão irritado com a situação, reclamou com Cuca e nem comemorou com os companheiros o quarto gol. Só se acalmou mesmo depois de sair de campo sob aplausos e coro da torcida para ficar.
O treinador? Disse, textualmente, o seguinte:
"O Ibson era o juiz do caso. Treinamos dez pênaltis, o Adriano fez oito, o Juan fez oito... O Juan se preparou e o Adriano também queria bater. Ele tinha feito dois gols e merecia. Pior é quando a briga era para não cobrar."
Hã? Hein???
Não pode ser sério um comandante assim.
* * *
Cuca ligou pro Juvenal? Bem, pelo que disse ontem, na coletiva após o jogo, sim. Chegou a pedir desculpas ao Muricy caso "tenha criado algum desconforto para ele".
Isso, depois de afirmar que não mantém relação pessoal com o presidente do São Paulo. "Nunca liguei pra perguntar como ele está, nem pra lhe dar parabéns no seu aniversário."
Ora, então ligou no sábado para falar o quê?
O Brasil venceu e desclassificou a Itália, ontem, com uma grande exibição. É o que dizem os jornais, sites, jogadores da seleção e seu técnico.
Eu não pude assistir ao primeiro tempo. Quando liguei a tv, já se tinham passado quatro minutos do segundo.
Dali em diante, o que vi foi um time se defendendo o tempo todo, mesmo diante de uma das piores seleções italianas que já foram formadas. Que depende de bondes como Luca Toni e Gilardino, que ainda acredita em veteranos como Pirlo e Camoranesi. Diante desse quadro, Dunga só foi mexer no time aos 37 e 43 minutos, botando mais dois volantes em campo, Kléberson e Josué.
E depois da partida, eu me deparo com manchetes como "BRASIL JOGA À LA 70 E ATROPELA A ITÁLIA."
Realmente, eu devo entender só de basquete mesmo.
Ou nem isso. Afinal, agora minha profissão passou a ser tão regulamentada quanto à de prostituta - exerce-a quem quiser e tiver a oportunidade.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é... (ou: "There's no Kobe hater here")
A temporada da NBA terminou domingo com o esperado título dos Lakers, numa não menos previsível vitória por quatro a um. Um título merecido e indiscutível, apesar do placar não traduzir o que foi a série final, marcada por erros de arbitragem para ambos os lados, grandes lideranças que viraram fumaça e vitórias praticamente certas entregues nos segundos finais. Pode-se dizer que os Lakers venceram dois jogos com absoluta autoridade (1 e 5), entregaram um de forma tola (3) e receberam, de mão beijada, a vitória em outros dois (2 e 4). Ainda assim, se o Orlando tivesse ganho uma dessas partidas, não teria, na minha opinião, sequer levado a série ao jogo sete. O time de LA foi capaz de competir de igual para igual no garrafão - onde Pau, Bynum e Odom foram tão eficientes, à sua maneira, quanto Howard, Turkoglu e Lewis - e sobrou na armação, com Kobe e Derek Fisher fazendo picadinho de Alston, Lee, Pietrus, Nelson e quem mais aparecesse pela frente.
Primeiro todos esperavam por uma revanche diante dos Celtics. Depois, por um duelo contra Lebron. Mas quem chegou foi o Orlando, com um ex-malabarista do basquete de rua e um novato como armadores titulares.
O título, como também como era esperado, levantou uma questão: qual o papel de Kobe Bryant dentro da história do basquete?
Pra começar, eu preciso dizer duas coisas: 1) Kobe está entre os melhores e mais espetaculares jogadores que vi jogar e 2) Kobe não é nem mesmo o melhor jogador da história do seu time.
Pra quem tem memória curta ou sequer teve o prazer de testemunhar, vale lembrar que Magic Johnson foi campeão cinco vezes, MVP três, primeiro time da NBA nove, líder em assistências quatro e, acima de tudo, reinventou o jogo ao se tornar o primeiro armador de fato com mais de dois metros de altura. Nunca houve outro como ele, nem antes e nem desde então. Além disso tudo, era um líder como poucos, não conhecia a palavra egoísmo em quadra e fazia os companheiros ao seu redor melhores.
Dizer para um americano torcedor dos Lakers que Kobe é melhor que Magic é como dizer a um rubro-negro que Romário foi melhor que Zico. E, claro, passar recibo de não entender nada de basquete.
Magic foi campeão em sua primeira temporada substituindo o titular Kareem no jogo seis do playoff final, contra o Houston, atuando como pivô. Foi o melhor da partida, garantiu o título e acabou eleito o MVP das finais. Tinha só vinte anos.
Kobe, como eu já escrevi aqui, não chegou a ser o "coadjuvante" nos seus primeiros três títulos. Mas é preciso lembrar que era Shaq quem fazia a diferença naquele time que, claro, nada teria conquistado sem seu então camisa oito. Mas isso é fato e nem foi há tanto tempo quanto o triple-double de Magic naquelas finais - Shaq foi o MVP das três primeiras decisões da vida de Kobe porque acabou com o jogo em todas elas.
Pegue Kobe em seu auge (hoje) e Shaq na mesma condição e pergunte a qualquer General Manager da NBA qual jogador ele escolheria...
Melhor que Bird? Pode ser, sim. Kobe tem um título a mais que Larry. Mas Larry tem três troféus de MVP, foi escolhido nove vezes para o primeiro time da NBA, assim como Magic (Kobe, até hoje, foi apenas quatro) e é tão campeão olímpico quanto os outros. Mas Bird era genial justamente por conseguir, com sua inteligência, conhecimento e intuição do jogo, suprir suas deficiências físicas. Então, não se tratava de um fenômeno atlético como Kobe. Você acha Kobe decisivo na hora H? Hehehe... talvez só Jordan tenha sido mais decisivo que Bird. Aliás, qual foi a cesta decisiva de Kobe em suas quatro finais de campeonato?
Cesta da vitória?
Ainda assim, eu reconheço em Kobe um jogador tão bom quanto Bird. Diferentes estilos e posições sempre dificultam uma comparação pura e simples como essa.
O que faz muita gente esquecer de Bill Russell e Wilt Chamberlain, só pra citar dois dos super craques pivôs. O primeiro, onze vezes campeão. O segundo, apenas uma. Ainda assim, ousará alguém dizer que Kobe é melhor que Wilt?
Heresia.
Que Mr. Russell?
Pior ainda. Ninguém, na verdade, pode se dizer melhor que ele. Nem que tenha sido.
Eu citei só cinco nomes. Jordan, Magic, Bird, Russell e Wilt.
Em matéria de números, todos tiveram carreiras bem superiores a Kobe (não me refiro só a títulos - Chamberlain, por exemplo, teve apenas um - mas a pontos, rebotes, assistências, tocos, troféus de MVP, recordes etc).
Fora o caráter subjetivo de cada carreira. Jordan provou ser possível vencer sem um pivô decente (Kobe? Shaq e Gasol) e se tornou um ícone tão forte quanto Pelé, Magic reinventou a posição um do basquete, Bird fez o mesmo com a três, Russel e Wilt chegaram a fazer com que a NBA mudasse determinadas regras para que o jogo continuasse competitivo contra eles...
Kobe? Kobe imita Jordan em tudo, quase à perfeição, do fadeaway aos saltos dados logo após o fim do jogo, domingo. E nem sempre foi assim. Basta lembrar do Kobe que, nas finais diante dos Celtics, desistiu no meio do caminho por não acreditar mais no título. MJ jamais foi vice. Quando chegou, venceu.
As estatísticas de sua carreira - 25,1 pontos, 5,3 rebotes e 4,6 assistências, são muito mais comparáveis às de jogadores como Jerry West e Hakeen Olajuwon, pra citar dois outros campeões... E ainda assim, Kobe os superou, num aspecto mais amplo.
Kobe Bryant não precisava desse título para estar na companhia de todos esses grandes e de outros. Já estava lá.
Mas esse título não muda seu papel na história do basquete.
Ver as coisas dessa forma seria reconhecer que ainda lhe faltava a tal "conquista como protagonista" para atestar sua genialidade.
E todos sabem dela há tempos.
* * *
Esse é o problema dessas comparações entre atletas de diferentes gerações.
Achar ser possível comparar Ronaldinho Gaúcho a Rivelino.
* * *
Eu não vi o Brasil.
Mas não me causou nenhuma surpresa quando soube que o jogo terminou 4 a 3.
* * *
Assim como não me causou espanto algum a derrota do Flamengo por 5 a 0.
Primeiro todos esperavam por uma revanche diante dos Celtics. Depois, por um duelo contra Lebron. Mas quem chegou foi o Orlando, com um ex-malabarista do basquete de rua e um novato como armadores titulares.
O título, como também como era esperado, levantou uma questão: qual o papel de Kobe Bryant dentro da história do basquete?
Pra começar, eu preciso dizer duas coisas: 1) Kobe está entre os melhores e mais espetaculares jogadores que vi jogar e 2) Kobe não é nem mesmo o melhor jogador da história do seu time.
Pra quem tem memória curta ou sequer teve o prazer de testemunhar, vale lembrar que Magic Johnson foi campeão cinco vezes, MVP três, primeiro time da NBA nove, líder em assistências quatro e, acima de tudo, reinventou o jogo ao se tornar o primeiro armador de fato com mais de dois metros de altura. Nunca houve outro como ele, nem antes e nem desde então. Além disso tudo, era um líder como poucos, não conhecia a palavra egoísmo em quadra e fazia os companheiros ao seu redor melhores.
Dizer para um americano torcedor dos Lakers que Kobe é melhor que Magic é como dizer a um rubro-negro que Romário foi melhor que Zico. E, claro, passar recibo de não entender nada de basquete.
Magic foi campeão em sua primeira temporada substituindo o titular Kareem no jogo seis do playoff final, contra o Houston, atuando como pivô. Foi o melhor da partida, garantiu o título e acabou eleito o MVP das finais. Tinha só vinte anos.
Kobe, como eu já escrevi aqui, não chegou a ser o "coadjuvante" nos seus primeiros três títulos. Mas é preciso lembrar que era Shaq quem fazia a diferença naquele time que, claro, nada teria conquistado sem seu então camisa oito. Mas isso é fato e nem foi há tanto tempo quanto o triple-double de Magic naquelas finais - Shaq foi o MVP das três primeiras decisões da vida de Kobe porque acabou com o jogo em todas elas.
Pegue Kobe em seu auge (hoje) e Shaq na mesma condição e pergunte a qualquer General Manager da NBA qual jogador ele escolheria...
Melhor que Bird? Pode ser, sim. Kobe tem um título a mais que Larry. Mas Larry tem três troféus de MVP, foi escolhido nove vezes para o primeiro time da NBA, assim como Magic (Kobe, até hoje, foi apenas quatro) e é tão campeão olímpico quanto os outros. Mas Bird era genial justamente por conseguir, com sua inteligência, conhecimento e intuição do jogo, suprir suas deficiências físicas. Então, não se tratava de um fenômeno atlético como Kobe. Você acha Kobe decisivo na hora H? Hehehe... talvez só Jordan tenha sido mais decisivo que Bird. Aliás, qual foi a cesta decisiva de Kobe em suas quatro finais de campeonato?
Cesta da vitória?
Ainda assim, eu reconheço em Kobe um jogador tão bom quanto Bird. Diferentes estilos e posições sempre dificultam uma comparação pura e simples como essa.
O que faz muita gente esquecer de Bill Russell e Wilt Chamberlain, só pra citar dois dos super craques pivôs. O primeiro, onze vezes campeão. O segundo, apenas uma. Ainda assim, ousará alguém dizer que Kobe é melhor que Wilt?
Heresia.
Que Mr. Russell?
Pior ainda. Ninguém, na verdade, pode se dizer melhor que ele. Nem que tenha sido.
Eu citei só cinco nomes. Jordan, Magic, Bird, Russell e Wilt.
Em matéria de números, todos tiveram carreiras bem superiores a Kobe (não me refiro só a títulos - Chamberlain, por exemplo, teve apenas um - mas a pontos, rebotes, assistências, tocos, troféus de MVP, recordes etc).
Fora o caráter subjetivo de cada carreira. Jordan provou ser possível vencer sem um pivô decente (Kobe? Shaq e Gasol) e se tornou um ícone tão forte quanto Pelé, Magic reinventou a posição um do basquete, Bird fez o mesmo com a três, Russel e Wilt chegaram a fazer com que a NBA mudasse determinadas regras para que o jogo continuasse competitivo contra eles...
Kobe? Kobe imita Jordan em tudo, quase à perfeição, do fadeaway aos saltos dados logo após o fim do jogo, domingo. E nem sempre foi assim. Basta lembrar do Kobe que, nas finais diante dos Celtics, desistiu no meio do caminho por não acreditar mais no título. MJ jamais foi vice. Quando chegou, venceu.
As estatísticas de sua carreira - 25,1 pontos, 5,3 rebotes e 4,6 assistências, são muito mais comparáveis às de jogadores como Jerry West e Hakeen Olajuwon, pra citar dois outros campeões... E ainda assim, Kobe os superou, num aspecto mais amplo.
Kobe Bryant não precisava desse título para estar na companhia de todos esses grandes e de outros. Já estava lá.
Mas esse título não muda seu papel na história do basquete.
Ver as coisas dessa forma seria reconhecer que ainda lhe faltava a tal "conquista como protagonista" para atestar sua genialidade.
E todos sabem dela há tempos.
* * *
Esse é o problema dessas comparações entre atletas de diferentes gerações.
Achar ser possível comparar Ronaldinho Gaúcho a Rivelino.
* * *
Eu não vi o Brasil.
Mas não me causou nenhuma surpresa quando soube que o jogo terminou 4 a 3.
* * *
Assim como não me causou espanto algum a derrota do Flamengo por 5 a 0.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Valeu à pena?
UAU.
De onde será que Florentino tira tanto dinheiro nesses tempos bicudos? O Real não deve quinhentos milhões de euros na praça?
Deve. E investe pesado para fazer o máximo de dinheiro possível, o quanto antes. Por isso deu a maior arrancada de todos os tempos nesse período pós-temporada, em que todos estão em busca de bons negócios. O Real foi às compras e em uma semana garantiu os dois mais cobiçados produtos do mercado, Cristiano Ronaldo e Kaká.
Ontem, o site do clube já vendia camisas do brasileiro. Que nem escolheu o número que terá às costas. Amanhã ou depois serão as do português, que vai usar a nove. De uma hora para outra, alguns milhões de torcedores asiáticos viverão o conflito de diferenciar Ronaldo do Manchester. Manterão o amor ao clube inglês ou seguirão o destino do ídolo? Qual camisa comprarão?
De uma só tacada, o Real investiu 159 milhões de euros na empreitada de seu novo-velho presidente para reerguer clube e time. E mais nomes serão anunciados - falam em Ribèry, que também não será barato - aumentando essa cifra absurda que já mereceu a preocupação até mesmo de Michel Platini, presidente da UEFA.
Mas Florentino sabe que, no panorama atual do futebol, o retorno financeiro será mera questão matemática. Só uma coisa ninguém pode prever: se o retorno em campo será o mesmo, como mostram as dez maiores transações da história.
1) Cristiano Ronaldo, Manchester para o Real - 94 milhões de euros
2) Zidane, Juventus para o Real, 2001) - 75 milhões de euros
O time galático pode ter ficado marcado mais pela fama que pelos títulos, mas Zidane justificou cada centavo gasto em sua contratação. Deu a da Liga dos Campeões 2001/02 ao clube, marcando na final um dos gols mais fantásticos de todos os tempos. Foi ainda campeão mundial de clubes no mesmo ano e campeão espanhol em 2002/03. A carreira do francês acabaria marcada muito mais por sua passagem pelo time merengue, que defendeu de 2001 a 2006 (155 jogos), do que pela Juve (151 e dois títulos italianos).
3) Kaká, Milan para o Real - 65 milhões de euros
4) Figo, Barcelona para o Real, em 2000 - 61 milhões de euros
Chegou um ano antes de Zinedine e foi logo conquistando o campeonato espanhol 2000/01. Ao lado do francês, foi bi em 2002/03 e levantou a Liga dos Campeões e o mundial de clubes. Saiu um ano antes dele e o clube acertou em deixá-lo ir para a Inter - Figo marcou 30 gols em 172 jogos pelo Barça, 36 em 164 pelo Real e só onze na Itália, onde estava desde 2005, antes de perdurar as chuteiras no fim da atual temporada. Também marcou seu nome na história do clube.
5) Crespo, Parma para o Lazio, em 2000 - 56 milhões de euros
Naquele baita time da Lazio que conquistou o título italiano na temporada 1999/2000 e brigou de igual para igual com os gigantes europeus pelos três anos seguintes, houve acertos, como Nedved, Marcelo Salas e Mihajlovic, e erros - como Crespo. O argentino, que chegou como presente à torcida logo depois da conquista do scudetto, ficou só duas temporadas no clube. Título, só um, a Supercopa da Itália, em 2000. Longe de valer 56 milhões de euros e ser, ainda hoje, a quinta maior transação da história. Ainda assim, Crespo não deixou de ser artilheiro em sua rápida e caríssima passagem por Roma - em 70 jogos, foram 39 gols.
6) Mendieta, Valência para o Lazio, em 2001 - 48 milhões de euros
O espanhol, a mais inflacionada transferência da lista, ficou ainda menos que Crespo na Lazio - só a temporada 2001/02. No ano seguinte, foi emprestado ao Barcelona. Em 2003, novo empréstimo, para o Middlesbrough, que finalmente o comprou em 2004, por um valor nunca divulgado. Um dos piores negócios de todos os tempos.
7) Ferdinand, Leeds para o Manchester, em 2002 - 47 milhões de euros
Quatro títulos da Premier League, uma Champions, um Mundial de Clubes da Fifa. Se as conquistas não falassem por si, falaria o fato de que Rio se tornou um símbolo para o clube. Muito dinheiro por um zagueiro, mas dinheiro muito bem investido.
8) Shevchenko, Milan para o Chelsea, em 2006 - 46 milhões de euros
O maior erro de Abramovic, o que não quer dizer pouco. Fez só nove gols no Chelsea. Emprestado de volta ao próprio Milan, amargou banco. Um mico quase tão grande quanto Mendieta.
9) Verón, Lazio ao Manchester, em 2001 - 46 milhões de euros
Pra bancar tantas contratações no início da década, a Lazio também vendia. E vendeu o meio-campo muito bem ao Manchester. Mas o temperamental - e argentino - Sebástian durou apenas duas temporadas na Inglaterra, conquistando uma Premier League. Um mau negócio.
10) Buffon, Parma para a Juventus, em 2002 - 45 milhões de euros
Buffon conquistou só dois scudettos na Juve e nenhum título europeu. Mas, muito mais que isso, virou ídolo e símbolo ao permanecer no clube após o rebaixamento e levá-lo de volta à primeira divisão. Único goleiro da lista.
Kaká? Ronaldo? Teremos que esperar para saber se valeu à pena tanto dinheiro.
De onde será que Florentino tira tanto dinheiro nesses tempos bicudos? O Real não deve quinhentos milhões de euros na praça?
Deve. E investe pesado para fazer o máximo de dinheiro possível, o quanto antes. Por isso deu a maior arrancada de todos os tempos nesse período pós-temporada, em que todos estão em busca de bons negócios. O Real foi às compras e em uma semana garantiu os dois mais cobiçados produtos do mercado, Cristiano Ronaldo e Kaká.
Ontem, o site do clube já vendia camisas do brasileiro. Que nem escolheu o número que terá às costas. Amanhã ou depois serão as do português, que vai usar a nove. De uma hora para outra, alguns milhões de torcedores asiáticos viverão o conflito de diferenciar Ronaldo do Manchester. Manterão o amor ao clube inglês ou seguirão o destino do ídolo? Qual camisa comprarão?
De uma só tacada, o Real investiu 159 milhões de euros na empreitada de seu novo-velho presidente para reerguer clube e time. E mais nomes serão anunciados - falam em Ribèry, que também não será barato - aumentando essa cifra absurda que já mereceu a preocupação até mesmo de Michel Platini, presidente da UEFA.
Mas Florentino sabe que, no panorama atual do futebol, o retorno financeiro será mera questão matemática. Só uma coisa ninguém pode prever: se o retorno em campo será o mesmo, como mostram as dez maiores transações da história.
1) Cristiano Ronaldo, Manchester para o Real - 94 milhões de euros
2) Zidane, Juventus para o Real, 2001) - 75 milhões de euros
O time galático pode ter ficado marcado mais pela fama que pelos títulos, mas Zidane justificou cada centavo gasto em sua contratação. Deu a da Liga dos Campeões 2001/02 ao clube, marcando na final um dos gols mais fantásticos de todos os tempos. Foi ainda campeão mundial de clubes no mesmo ano e campeão espanhol em 2002/03. A carreira do francês acabaria marcada muito mais por sua passagem pelo time merengue, que defendeu de 2001 a 2006 (155 jogos), do que pela Juve (151 e dois títulos italianos).
3) Kaká, Milan para o Real - 65 milhões de euros
4) Figo, Barcelona para o Real, em 2000 - 61 milhões de euros
Chegou um ano antes de Zinedine e foi logo conquistando o campeonato espanhol 2000/01. Ao lado do francês, foi bi em 2002/03 e levantou a Liga dos Campeões e o mundial de clubes. Saiu um ano antes dele e o clube acertou em deixá-lo ir para a Inter - Figo marcou 30 gols em 172 jogos pelo Barça, 36 em 164 pelo Real e só onze na Itália, onde estava desde 2005, antes de perdurar as chuteiras no fim da atual temporada. Também marcou seu nome na história do clube.
5) Crespo, Parma para o Lazio, em 2000 - 56 milhões de euros
Naquele baita time da Lazio que conquistou o título italiano na temporada 1999/2000 e brigou de igual para igual com os gigantes europeus pelos três anos seguintes, houve acertos, como Nedved, Marcelo Salas e Mihajlovic, e erros - como Crespo. O argentino, que chegou como presente à torcida logo depois da conquista do scudetto, ficou só duas temporadas no clube. Título, só um, a Supercopa da Itália, em 2000. Longe de valer 56 milhões de euros e ser, ainda hoje, a quinta maior transação da história. Ainda assim, Crespo não deixou de ser artilheiro em sua rápida e caríssima passagem por Roma - em 70 jogos, foram 39 gols.
6) Mendieta, Valência para o Lazio, em 2001 - 48 milhões de euros
O espanhol, a mais inflacionada transferência da lista, ficou ainda menos que Crespo na Lazio - só a temporada 2001/02. No ano seguinte, foi emprestado ao Barcelona. Em 2003, novo empréstimo, para o Middlesbrough, que finalmente o comprou em 2004, por um valor nunca divulgado. Um dos piores negócios de todos os tempos.
7) Ferdinand, Leeds para o Manchester, em 2002 - 47 milhões de euros
Quatro títulos da Premier League, uma Champions, um Mundial de Clubes da Fifa. Se as conquistas não falassem por si, falaria o fato de que Rio se tornou um símbolo para o clube. Muito dinheiro por um zagueiro, mas dinheiro muito bem investido.
8) Shevchenko, Milan para o Chelsea, em 2006 - 46 milhões de euros
O maior erro de Abramovic, o que não quer dizer pouco. Fez só nove gols no Chelsea. Emprestado de volta ao próprio Milan, amargou banco. Um mico quase tão grande quanto Mendieta.
9) Verón, Lazio ao Manchester, em 2001 - 46 milhões de euros
Pra bancar tantas contratações no início da década, a Lazio também vendia. E vendeu o meio-campo muito bem ao Manchester. Mas o temperamental - e argentino - Sebástian durou apenas duas temporadas na Inglaterra, conquistando uma Premier League. Um mau negócio.
10) Buffon, Parma para a Juventus, em 2002 - 45 milhões de euros
Buffon conquistou só dois scudettos na Juve e nenhum título europeu. Mas, muito mais que isso, virou ídolo e símbolo ao permanecer no clube após o rebaixamento e levá-lo de volta à primeira divisão. Único goleiro da lista.
Kaká? Ronaldo? Teremos que esperar para saber se valeu à pena tanto dinheiro.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Tempo, ah, o Tempo...
Ficar velho - envelhecer, no caso - é uma experiência assustadora para alguns e admirável para outros. Eu diria que me situo num meio termo entre as duas sensações. Os primeiros fios brancos na barba certamente são muito menos interessantes que, por exemplo, descobrir que aos trinta e seis anos eu ainda sou capaz de voltar à minha antiga forma atlética, nadando três quilômetros e correndo dez no mesmo dia. Nada como o tempo - ter tempo, no meu caso...
Por conta desses trinta e seis bem vividos anos, eu pude acompanhar a carreira de inúmeros mitos do esporte do início ao fim. E perceber as nuances do envelhecimento em diferentes atletas. Zico. Jordan. Prost. Sampras. Favre. Romário. Iverson. Com cada um deles, o processo se deu de forma diferente.
Kobe Bryant tem só trinta anos. Faz trinta e um em agosto. Mas números são frios como palavras escritas.
Em treze de carreira, o armador dos Lakers já soma mais minutos em quadra que Larry Bird, por exemplo. Há pelo menos oito anos, opera no limite de sua capacidade física. Oito anos no auge. Máquina humana funcionando a todo vapor.
Ontem a máquina rateou. E não só a vitória do Orlando por 108 a 104 deixa isso claro, como toda essa série final, no fim das contas.
Na primeira partida na casa do adversário, Kobe novamente começou bem. Acertou oito dos onze primeiros arremessos, num primeiro tempo de jogo fantástico.
Depois disso, foram apenas três de quatorze chutes certos. Até nos lances livres, o braço pesou - foram cinco de dez. Dois tocos sofridos (aliás, alguém deveria contar quandos tocos Kobe vai ter levado no fim dessa série), um erro e uma bola perdida nos momentos finais.
Considerando que o Mr. Bryant não somente é genial como frio e decisivo nessas horas, sobra a explicação do corpo, que nem sempre acompanha a mente.
Deu trabalho, mas como isso me chamou a atenção desde o início da série, fiz o levantamento. Apesar da média superior a 33 pontos por jogo nessas finais, Kobe também teve atuação bem abaixo da crítica no último quarto dos dois primeiros jogos:
- No primeiro, uma surra em que ele pouco jogou no período final, ainda assim foram cinco arremessos de quadra e apenas uma bola na cesta.
- No segundo, decidido na prorrogação, Kobe converteu dois de quatro arremessos (é isso mesmo, ele chutou apenas quatro bolas) e cometeu três erros. No tempo extra, foi ainda mais discreto - uma cesta, um arremesso errado, uma assistência e um erro.
Nestas finais, Kobe não está sendo Kobe na hora H.
* * *
Pra não parecer que os Lakers perderam o jogo de ontem - na verdade, foi o Orlando quem venceu - vale dizer que Stam Van Gundy deve ter dado uma passadinha aqui pelo Tudo Bola. Após o segundo jogo, eu escrevi:
"(...) a falta de confiança de Stan Van Gundy em seu armador titular, Rafer Alston - depois de comandar o time no primeiro quarto das duas primeiras partidas (Magic na liderança em ambos), Alston foi sacado e só voltou muito tempo depois, já frio (no jogo 1, retornou só no terceiro quarto!). Ontem, na prorrogação, era o eterno "universitário" J.J. Hedick quem conduzia a bola - e foi ele quem acabou errando um passe primário para permitir que os Lakers abrissem vantagem. Só aí SVG botou Alston em quadra."
Ontem Alston jogou 37 minutos, fez vinte pontos (oito de doze arremessos), deu quatro assistências e foi o ponto de equilíbrio do time. Não, Rafer não é um armador top de linha, nem chega a ser um dos três mais importantes do time. E nem mesmo foi quem ditou o ritmo do ataque do Orlando nos minutos finais - essa tarefa continua sendo de Hedo Turkoglu (sete assistências ontem). Mas é Alston quem o desafoga nessas horas, trazendo a bola da defesa para o ataque sem erros e deixando-a com o turco em segurança para que a equipe inicie a jogada, quase sempre um pick and roll.
Alston, Pietrus, Lewis, Turkoglu e Howard. Quero ser mico de circo se Van Gundy não terminar todos os próximos jogos com esse quinteto em quadra.
* * *
Continuando a quicar a bola, o Brasil caiu no grupo da Argentina e estreia contra os dominicanos na Copa América, que começa dia 26 de agosto, em Porto Rico, e vale quatro vagas para o Mundial da Turquia, em 2010. Além de argentinos, estão no grupo venezuelanos, cubanos e dominicanos. A outra chave tem Porto Rico, Uruguai, Canadá, México e Ilhas Virgens. Os Estados Unidos, campeões olímpicos, já estão classificados e não participam da competição.
Depois da estreia, a seleção brasileira enfrenta Venezuela, Argentina e Cuba.
O alívio para mim, que vi de perto nossos dois últimos fracassos, em Las Vegas e Atenas, é a fórmula de disputa. Os quatro melhores de cada grupo avançam para a segunda fase, em que enfrentam os quatro classificados da outra chave. Ou seja, o Brasil terá oito jogos pela frente, no que será praticamente um torneio "por pontos corridos", já que os times levam a pontuação da primeira para a segunda fase - quando então os quatro com mais pontos somados se garantem nas semis e na Turquia.
Leandrinho está confirmado. Nenê e Ânderson, não. Moncho será o técnico. E a Argentina não terá Ginóbili, Oberto e Nocioni. Vai ser duro. Mas estaremos no Mundial de 2010.
* * *
Seleção do Dunga? Ah, quem se importa se vamos de Nilmar ou Pato quando nos damos conta de que Felipe Mello deve ser o único jogador na história da seleção brasileira a disputar os quatro primeiros jogos com a amarelinha como titular, sem nem ter passado pelo banco?
Por conta desses trinta e seis bem vividos anos, eu pude acompanhar a carreira de inúmeros mitos do esporte do início ao fim. E perceber as nuances do envelhecimento em diferentes atletas. Zico. Jordan. Prost. Sampras. Favre. Romário. Iverson. Com cada um deles, o processo se deu de forma diferente.
Kobe Bryant tem só trinta anos. Faz trinta e um em agosto. Mas números são frios como palavras escritas.
Em treze de carreira, o armador dos Lakers já soma mais minutos em quadra que Larry Bird, por exemplo. Há pelo menos oito anos, opera no limite de sua capacidade física. Oito anos no auge. Máquina humana funcionando a todo vapor.
Ontem a máquina rateou. E não só a vitória do Orlando por 108 a 104 deixa isso claro, como toda essa série final, no fim das contas.
Na primeira partida na casa do adversário, Kobe novamente começou bem. Acertou oito dos onze primeiros arremessos, num primeiro tempo de jogo fantástico.
Depois disso, foram apenas três de quatorze chutes certos. Até nos lances livres, o braço pesou - foram cinco de dez. Dois tocos sofridos (aliás, alguém deveria contar quandos tocos Kobe vai ter levado no fim dessa série), um erro e uma bola perdida nos momentos finais.
Considerando que o Mr. Bryant não somente é genial como frio e decisivo nessas horas, sobra a explicação do corpo, que nem sempre acompanha a mente.
Deu trabalho, mas como isso me chamou a atenção desde o início da série, fiz o levantamento. Apesar da média superior a 33 pontos por jogo nessas finais, Kobe também teve atuação bem abaixo da crítica no último quarto dos dois primeiros jogos:
- No primeiro, uma surra em que ele pouco jogou no período final, ainda assim foram cinco arremessos de quadra e apenas uma bola na cesta.
- No segundo, decidido na prorrogação, Kobe converteu dois de quatro arremessos (é isso mesmo, ele chutou apenas quatro bolas) e cometeu três erros. No tempo extra, foi ainda mais discreto - uma cesta, um arremesso errado, uma assistência e um erro.
Nestas finais, Kobe não está sendo Kobe na hora H.
* * *
Pra não parecer que os Lakers perderam o jogo de ontem - na verdade, foi o Orlando quem venceu - vale dizer que Stam Van Gundy deve ter dado uma passadinha aqui pelo Tudo Bola. Após o segundo jogo, eu escrevi:
"(...) a falta de confiança de Stan Van Gundy em seu armador titular, Rafer Alston - depois de comandar o time no primeiro quarto das duas primeiras partidas (Magic na liderança em ambos), Alston foi sacado e só voltou muito tempo depois, já frio (no jogo 1, retornou só no terceiro quarto!). Ontem, na prorrogação, era o eterno "universitário" J.J. Hedick quem conduzia a bola - e foi ele quem acabou errando um passe primário para permitir que os Lakers abrissem vantagem. Só aí SVG botou Alston em quadra."
Ontem Alston jogou 37 minutos, fez vinte pontos (oito de doze arremessos), deu quatro assistências e foi o ponto de equilíbrio do time. Não, Rafer não é um armador top de linha, nem chega a ser um dos três mais importantes do time. E nem mesmo foi quem ditou o ritmo do ataque do Orlando nos minutos finais - essa tarefa continua sendo de Hedo Turkoglu (sete assistências ontem). Mas é Alston quem o desafoga nessas horas, trazendo a bola da defesa para o ataque sem erros e deixando-a com o turco em segurança para que a equipe inicie a jogada, quase sempre um pick and roll.
Alston, Pietrus, Lewis, Turkoglu e Howard. Quero ser mico de circo se Van Gundy não terminar todos os próximos jogos com esse quinteto em quadra.
* * *
Continuando a quicar a bola, o Brasil caiu no grupo da Argentina e estreia contra os dominicanos na Copa América, que começa dia 26 de agosto, em Porto Rico, e vale quatro vagas para o Mundial da Turquia, em 2010. Além de argentinos, estão no grupo venezuelanos, cubanos e dominicanos. A outra chave tem Porto Rico, Uruguai, Canadá, México e Ilhas Virgens. Os Estados Unidos, campeões olímpicos, já estão classificados e não participam da competição.
Depois da estreia, a seleção brasileira enfrenta Venezuela, Argentina e Cuba.
O alívio para mim, que vi de perto nossos dois últimos fracassos, em Las Vegas e Atenas, é a fórmula de disputa. Os quatro melhores de cada grupo avançam para a segunda fase, em que enfrentam os quatro classificados da outra chave. Ou seja, o Brasil terá oito jogos pela frente, no que será praticamente um torneio "por pontos corridos", já que os times levam a pontuação da primeira para a segunda fase - quando então os quatro com mais pontos somados se garantem nas semis e na Turquia.
Leandrinho está confirmado. Nenê e Ânderson, não. Moncho será o técnico. E a Argentina não terá Ginóbili, Oberto e Nocioni. Vai ser duro. Mas estaremos no Mundial de 2010.
* * *
Seleção do Dunga? Ah, quem se importa se vamos de Nilmar ou Pato quando nos damos conta de que Felipe Mello deve ser o único jogador na história da seleção brasileira a disputar os quatro primeiros jogos com a amarelinha como titular, sem nem ter passado pelo banco?
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Desastre.
Às 16:26 de ontem, hora local, o time do Flamengo desapareceu misteriosamente dos radares na área da Ilha do Retiro, em Recife.
Num espaço de oito minutos, foram enviadas quatro mensagens indicando falha nos sistemas defensivos - às 16:26, 16:27, 16:30 e 16:34. Todas de forma automática, visto que o comandante não parecia ter controle algum sobre o time no momento da pane.
As suspeitas - dado que a equipe, até então, fazia um voo tranquilo em Recife - dão conta de que os sensores que monitoram relaxamento, falta de aplicação e vergonha na cara foram comprometidos pela soberba do time.
A notícia mais surpreendente, no entanto, é que todos os envolvidos sobreviveram ao desastre e continuarão suas vidas normalmente.
Quem escapou de acidente semelhante - e por um triz - foi o Los Angeles Lakers. O jogo dois das finais da NBA, disputado ontem em LA, poderia e deveria ter terminado com uma cesta consagradora para o novato Courtney Lee, do Orlando, nos décimos de segundo finais da partida. Mas ele errou a bandeja (prejudiado também pelo toque de Pau Gasol no aro, que não foi marcado pelos juízes - mas isto é detalhe, já que a mesma arbitragem permitiu um toco de Howard sobre o mesmo Gasol por dentro do aro!) e o jogo acabou indo para a prorrogação, quando os Lakers venceram por 101 a 96. Com dois a zero a seu favor, agora a equipe encara três jogos em Orlando, terça, quinta e domingo.
Vale dizer que apenas três times na história da liga conseguiram virar um 2x0 nas finais - a última vez foi em 2006, quando o Miami Heat de Shaq e Wade começou perdendo a série decisiva para o Dallas Mavericks.
Tirando a vinheta de abertura da ABC, uma das mais legais que já vi, e o sensacional e desmoralizante toco de Hedo Turkoglu sobre Kobe que evitou a vitória dos Lakers no tempo normal, vale destacar ainda:
- a falta de confiança de Stan Van Gundy em seu armador titular, Rafer Alston - depois de comandar o time no primeiro quarto das duas primeiras partidas (Magic na liderança em ambos), Alston foi sacado e só voltou muito tempo depois, já frio (no jogo 1, retornou só no terceiro quarto!). Ontem, na prorrogação, era o eterno "universitário" J.J. Hedick quem conduzia a bola - e foi ele quem acabou errando um passe primário para permitir que os Lakers abrissem vantagem. Só aí SVG botou Alston em quadra.
- a maestria do mesmo Van Gundy para armar jogadas rápidas - o chute de 3 de Lewis e a bandeja errada de Lee não permitiram nenhuma chance de reação dos Lakers.
- Hedo Turkoglu - desde Scottie Pippen eu não via um ala 3 conduzir o ataque tão bem.
- Rashard Lewis - finalmente chegou a LA - meio tarde...
- Lamar Odom - em 46 minutos em quadra, acertou oito de nove arremessos, pegou oito rebotes, deu duas assistências e três tocos, para terminar com 19 pontos. Claro que há quem vá dizer que Kobe foi o melhor em quadra ontem, mas isso não é verdade.
Terça tem mais.
Num espaço de oito minutos, foram enviadas quatro mensagens indicando falha nos sistemas defensivos - às 16:26, 16:27, 16:30 e 16:34. Todas de forma automática, visto que o comandante não parecia ter controle algum sobre o time no momento da pane.
As suspeitas - dado que a equipe, até então, fazia um voo tranquilo em Recife - dão conta de que os sensores que monitoram relaxamento, falta de aplicação e vergonha na cara foram comprometidos pela soberba do time.
A notícia mais surpreendente, no entanto, é que todos os envolvidos sobreviveram ao desastre e continuarão suas vidas normalmente.
Quem escapou de acidente semelhante - e por um triz - foi o Los Angeles Lakers. O jogo dois das finais da NBA, disputado ontem em LA, poderia e deveria ter terminado com uma cesta consagradora para o novato Courtney Lee, do Orlando, nos décimos de segundo finais da partida. Mas ele errou a bandeja (prejudiado também pelo toque de Pau Gasol no aro, que não foi marcado pelos juízes - mas isto é detalhe, já que a mesma arbitragem permitiu um toco de Howard sobre o mesmo Gasol por dentro do aro!) e o jogo acabou indo para a prorrogação, quando os Lakers venceram por 101 a 96. Com dois a zero a seu favor, agora a equipe encara três jogos em Orlando, terça, quinta e domingo.
Vale dizer que apenas três times na história da liga conseguiram virar um 2x0 nas finais - a última vez foi em 2006, quando o Miami Heat de Shaq e Wade começou perdendo a série decisiva para o Dallas Mavericks.
Tirando a vinheta de abertura da ABC, uma das mais legais que já vi, e o sensacional e desmoralizante toco de Hedo Turkoglu sobre Kobe que evitou a vitória dos Lakers no tempo normal, vale destacar ainda:
- a falta de confiança de Stan Van Gundy em seu armador titular, Rafer Alston - depois de comandar o time no primeiro quarto das duas primeiras partidas (Magic na liderança em ambos), Alston foi sacado e só voltou muito tempo depois, já frio (no jogo 1, retornou só no terceiro quarto!). Ontem, na prorrogação, era o eterno "universitário" J.J. Hedick quem conduzia a bola - e foi ele quem acabou errando um passe primário para permitir que os Lakers abrissem vantagem. Só aí SVG botou Alston em quadra.
- a maestria do mesmo Van Gundy para armar jogadas rápidas - o chute de 3 de Lewis e a bandeja errada de Lee não permitiram nenhuma chance de reação dos Lakers.
- Hedo Turkoglu - desde Scottie Pippen eu não via um ala 3 conduzir o ataque tão bem.
- Rashard Lewis - finalmente chegou a LA - meio tarde...
- Lamar Odom - em 46 minutos em quadra, acertou oito de nove arremessos, pegou oito rebotes, deu duas assistências e três tocos, para terminar com 19 pontos. Claro que há quem vá dizer que Kobe foi o melhor em quadra ontem, mas isso não é verdade.
Terça tem mais.
sábado, 6 de junho de 2009
Dunga vai à Copa.
Não é título de filme da Disney. É fato. Depois da goleada de hoje sobre o Uruguai, Dunga, salvo um desastre, vai ser o técnico do Brasil na África do Sul, ano que vem.
Vencemos, goleamos, quebramos tabu, estabelecemos um recorde histórico. E nosso melhor jogador em campo foi o goleiro, de novo. É isso, né?
Pouco importa como jogamos, o que importa é "igualar a pegada", como disse o gênio Felipe Mello após o jogo, "que aí a qualidade técnica do jogador brasileiro é sem igual". Viramos um time de contra-ataque mortal, como acaba de dizer o - esse sim genial - PVC na tv. Mas é triste, né? Tomamos pressão o tempo todo, quase não tivemos a posse de bola. Isso, mesmo diante de uma seleção uruguaia que nem parecia, dado que marcava mal toda vida, dando toda a liberdade do mundo ao nosso time. Defendemos com bravura, apesar de todas as incontáveis chances de gol uruguaias, que ou pararam em Júlio ou foram desperdiçadas. A bola rondou nossa área o tempo todo, de um lado para o outro, quando estava 0x0, 1x0, 2x0, 3x0...
Mas vencemos, então...
De que importa o lado esquerdo da nossa defesa, ainda sem solução? Quem vai tirar da cabeça de Dunga que um meio de campo com Gilberto Silva, Felipe e Elano não é meio de campo de seleção brasileira?
Por mais triste que tenha sido a declaração de Felipe Mello depois do jogo - vê-lo falar com a autoridade de titular de seleção brasileira e o tom de voz de um craque é mesmo triste -, ela exemplifica bem o que ele foi.
O Brasil jogou com mais vontade que o Uruguai e goleou por quatro a zero porque soube aproveitar as chances que teve, bem menos numerosas que as do time da casa. Uma vitória do jogador brasileiro - até dele, Felipe, que lutou como todos os outros.
Mas vamos para a Copa sem um treinador de futebol.
* * *
Joel Santana dando coletiva em inglês, depois da vitória sobre a Polônia?
Não tem preço.
* * *
As caras do Denílson, no que deveria ter sido sua estreia no Vietnã, tampouco.
Vencemos, goleamos, quebramos tabu, estabelecemos um recorde histórico. E nosso melhor jogador em campo foi o goleiro, de novo. É isso, né?
Pouco importa como jogamos, o que importa é "igualar a pegada", como disse o gênio Felipe Mello após o jogo, "que aí a qualidade técnica do jogador brasileiro é sem igual". Viramos um time de contra-ataque mortal, como acaba de dizer o - esse sim genial - PVC na tv. Mas é triste, né? Tomamos pressão o tempo todo, quase não tivemos a posse de bola. Isso, mesmo diante de uma seleção uruguaia que nem parecia, dado que marcava mal toda vida, dando toda a liberdade do mundo ao nosso time. Defendemos com bravura, apesar de todas as incontáveis chances de gol uruguaias, que ou pararam em Júlio ou foram desperdiçadas. A bola rondou nossa área o tempo todo, de um lado para o outro, quando estava 0x0, 1x0, 2x0, 3x0...
Mas vencemos, então...
De que importa o lado esquerdo da nossa defesa, ainda sem solução? Quem vai tirar da cabeça de Dunga que um meio de campo com Gilberto Silva, Felipe e Elano não é meio de campo de seleção brasileira?
Por mais triste que tenha sido a declaração de Felipe Mello depois do jogo - vê-lo falar com a autoridade de titular de seleção brasileira e o tom de voz de um craque é mesmo triste -, ela exemplifica bem o que ele foi.
O Brasil jogou com mais vontade que o Uruguai e goleou por quatro a zero porque soube aproveitar as chances que teve, bem menos numerosas que as do time da casa. Uma vitória do jogador brasileiro - até dele, Felipe, que lutou como todos os outros.
Mas vamos para a Copa sem um treinador de futebol.
* * *
Joel Santana dando coletiva em inglês, depois da vitória sobre a Polônia?
Não tem preço.
* * *
As caras do Denílson, no que deveria ter sido sua estreia no Vietnã, tampouco.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Do or Die.
Los Angeles Lakers e Orlando Magic começam a decidir hoje o título da NBA, na Califórnia. Uma final que ninguém esperava. Antes da temporada, as apostas eram numa reedição da decisão do ano passado, entre Celtics e Lakers. Depois que Kevin Garnett se machucou, acabando com a esperança do bi para o Boston, a expectativa recaiu sobre o Cleveland de LeBron James, mas este foi eliminado pelo time da Flórida, que chega pela segunda vez em sua história à decisão (momento de me sentir velho, pois lembro bem das finais entre o Magic de Shaq e Penny e o Houston de Akeem - ainda sem o H na época).
Dizer que os Lakers são favoritos seria chover no molhado. Têm a vantagem do mando de quadra (nas finais, no sistema 2-3-2). Têm tradição e experiência que os adversários não têm. E, principalmente, têm Kobe.
Vale lembrar que esta será a sexta decisão de título para Mr. Bryant. Tri ao lado de Shaquille O'Neal, também foi vice ao lado deste, no ano em que o time resolveu apostar em veteranos como Gary Payton e Karl Malone - e acabou surpreendido pelo Detroit - e ainda na temporada passada, derrotado pelos Celtics. Nas duas oportunidades, o time de LA também era o favorito.
Se Kobe triunfar, terá conquistado seu primeiro título sem Shaq - fato que os detratores sempre usam para lembrá-lo da importância do pivô naquele tri. Nem precisaria... basta dizer que O'Neal foi eleito o MVP das três finais por um motivo simples: era o principal jogador do time. Mas a verdade é que um jamais teria conquistado nada sem o outro.
Só que, depois disso, Shaq foi campeão novamente, ao lado de Dwyane Wade, no Miami Heat. E Kobe não. Daí a importância dessa conquista, que seria a prova definitiva de que o armador pode liderar uma equipe ao tão sonhado troféu.
Até pela expectativa de um tira-teima entre Kobe e LeBron, o que mais se viu na imprensa americana nas duas últimas semanas foram comparações entre os dois. ESPN, CNN/SI, TNT, ABC e até a SLAM entraram no debate, em que LeBron saiu vitorioso quase sempre - e quase sempre por uma vantagem mínima. Eu mesmo, aqui na caixinha de comentários, disse que prefiro LeBron. Mas é preciso ver as sutilezas que existem numa comparação como estas. Se eu estivesse montando um time, escolheria-o por sua força, idade, talento e jogo coletivo. Se eu tivesse que escolher um jogador para o último arremesso com 2 segundos no relógio, não exitaria em escolher Kobe. Nunca é demais lembrar que o primeiro tem 24 anos e o segundo, 30 (31 em agosto). Lebron, aos 24, é muito, mas muito melhor do que Kobe jamais sonhou ser com a mesma idade. E, mesmo assim, essa seria uma discussão sem fim, apenas com preferências individuais.
Eu prefiro outra. A que deve surgir logo após o título dos Lakers.
Curiosamente, Kobe Bryant está encerrando sua décima-terceira temporada na NBA. Mesmo número de Michael Jordan quando este decidiu pelo ponto final de sua história com os Bulls. Ocasião perfeita para lembrar de algumas coisinhas:
- Jordan chegou seis vezes à final e foi seis vezes campeão (Kobe, se vencer essa, fica com um retrospecto de quatro títulos em seis decisões).
- Jordan foi seis vezes eleito o MVP das finais (Kobe, se for campeão e se for eleito o MVP diante do Orlando, terá apenas um troféu).
- Jordan foi eleito o MVP da temporada cinco vezes em treze anos (Kobe, só uma, no ano passado - LeBron foi quase unanimidade neste ano).
- Jordan foi campeão seis vezes sem ter em seu time um pivô decente (Bill Cartwright, Luc Longley, Bison Dele, Dickey Simpkins, John Salley, pode escolher...). Seu fiel escudeiro, Scottie Pippen, era apenas três centímetros mais alto que ele (enquanto Kobe era o fiel escudeiro do monstro Shaqzilla no tri dos Lakers). Foi MJ quem mudou o conceito de que é impossível vencer sem um pivô dominante.
- Jordan teve médias de 32,5 pontos, 6,2 rebotes e 5,3 assistências em suas treze primeiras temporadas (Kobe, 25,1 - 5,3 - 4,6)
Ou seja, antes que alguém levante a lebre, eu digo logo - a única semelhança entre MJ e KB em seus treze primeiros anos de basquete é Phil Jackson, técnico de ambos durante a maior parte de suas carreiras. O mesmo Phil que já escreveu em um de seus livros que Kobe é "intreinável".
* * *
Se a quinta promete com o basquete da NBA, a quarta foi decepcionante com as semifinais da Copa do Brasil. Corinthians e Internacional se classificaram em jogos sem brilho, de apenas um gol (em Curitiba e que não valeu nada no fim das contas) e com muita violência fora do estádio (em São Paulo, onde um torcedor corintiano foi assassinado antes da partida a pauladas e facadas por vascaínos e palmeirenses, unidos na barbárie).
Não há nada, portanto, que justifique falar desses jogos, diante do absurdo de mais uma morte estúpida.
Dizer que os Lakers são favoritos seria chover no molhado. Têm a vantagem do mando de quadra (nas finais, no sistema 2-3-2). Têm tradição e experiência que os adversários não têm. E, principalmente, têm Kobe.
Vale lembrar que esta será a sexta decisão de título para Mr. Bryant. Tri ao lado de Shaquille O'Neal, também foi vice ao lado deste, no ano em que o time resolveu apostar em veteranos como Gary Payton e Karl Malone - e acabou surpreendido pelo Detroit - e ainda na temporada passada, derrotado pelos Celtics. Nas duas oportunidades, o time de LA também era o favorito.
Se Kobe triunfar, terá conquistado seu primeiro título sem Shaq - fato que os detratores sempre usam para lembrá-lo da importância do pivô naquele tri. Nem precisaria... basta dizer que O'Neal foi eleito o MVP das três finais por um motivo simples: era o principal jogador do time. Mas a verdade é que um jamais teria conquistado nada sem o outro.
Só que, depois disso, Shaq foi campeão novamente, ao lado de Dwyane Wade, no Miami Heat. E Kobe não. Daí a importância dessa conquista, que seria a prova definitiva de que o armador pode liderar uma equipe ao tão sonhado troféu.
Até pela expectativa de um tira-teima entre Kobe e LeBron, o que mais se viu na imprensa americana nas duas últimas semanas foram comparações entre os dois. ESPN, CNN/SI, TNT, ABC e até a SLAM entraram no debate, em que LeBron saiu vitorioso quase sempre - e quase sempre por uma vantagem mínima. Eu mesmo, aqui na caixinha de comentários, disse que prefiro LeBron. Mas é preciso ver as sutilezas que existem numa comparação como estas. Se eu estivesse montando um time, escolheria-o por sua força, idade, talento e jogo coletivo. Se eu tivesse que escolher um jogador para o último arremesso com 2 segundos no relógio, não exitaria em escolher Kobe. Nunca é demais lembrar que o primeiro tem 24 anos e o segundo, 30 (31 em agosto). Lebron, aos 24, é muito, mas muito melhor do que Kobe jamais sonhou ser com a mesma idade. E, mesmo assim, essa seria uma discussão sem fim, apenas com preferências individuais.
Eu prefiro outra. A que deve surgir logo após o título dos Lakers.
Curiosamente, Kobe Bryant está encerrando sua décima-terceira temporada na NBA. Mesmo número de Michael Jordan quando este decidiu pelo ponto final de sua história com os Bulls. Ocasião perfeita para lembrar de algumas coisinhas:
- Jordan chegou seis vezes à final e foi seis vezes campeão (Kobe, se vencer essa, fica com um retrospecto de quatro títulos em seis decisões).
- Jordan foi seis vezes eleito o MVP das finais (Kobe, se for campeão e se for eleito o MVP diante do Orlando, terá apenas um troféu).
- Jordan foi eleito o MVP da temporada cinco vezes em treze anos (Kobe, só uma, no ano passado - LeBron foi quase unanimidade neste ano).
- Jordan foi campeão seis vezes sem ter em seu time um pivô decente (Bill Cartwright, Luc Longley, Bison Dele, Dickey Simpkins, John Salley, pode escolher...). Seu fiel escudeiro, Scottie Pippen, era apenas três centímetros mais alto que ele (enquanto Kobe era o fiel escudeiro do monstro Shaqzilla no tri dos Lakers). Foi MJ quem mudou o conceito de que é impossível vencer sem um pivô dominante.
- Jordan teve médias de 32,5 pontos, 6,2 rebotes e 5,3 assistências em suas treze primeiras temporadas (Kobe, 25,1 - 5,3 - 4,6)
Ou seja, antes que alguém levante a lebre, eu digo logo - a única semelhança entre MJ e KB em seus treze primeiros anos de basquete é Phil Jackson, técnico de ambos durante a maior parte de suas carreiras. O mesmo Phil que já escreveu em um de seus livros que Kobe é "intreinável".
* * *
Se a quinta promete com o basquete da NBA, a quarta foi decepcionante com as semifinais da Copa do Brasil. Corinthians e Internacional se classificaram em jogos sem brilho, de apenas um gol (em Curitiba e que não valeu nada no fim das contas) e com muita violência fora do estádio (em São Paulo, onde um torcedor corintiano foi assassinado antes da partida a pauladas e facadas por vascaínos e palmeirenses, unidos na barbárie).
Não há nada, portanto, que justifique falar desses jogos, diante do absurdo de mais uma morte estúpida.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Segunda!
O fim de semana que passou entra para a história do futebol por conta de carreiras tão marcantes quanto únicas que se encerraram.
Parou Luís Figo, um craque de bola que conseguiu brilhar e conquistar títulos no Barcelona, no Real Madrid e na Internazionale. Que foi símbolo e motor do ressurgimento do futebol português para o mundo. Com Figo Portugal foi quarto numa Copa, vice em uma Eurocopa e terceiro em outra.
Também parou Pavel Nedved, um dos carais mais rápidos de raciocínio que vi jogar. O tcheco, quando novo, era um demônio. Um Tevez meio-campista, só que com elegância. Pra quem não o viu na Lazio, basta dizer que, em três temporadas, conquistou um scudetto, duas Copas da Itália, uma Recopa Européia, duas Supercopas da Itália e uma Supercopa Européia. Aí a Juve o comprou.
Paolo Maldini, finalmente. E quem há de dizer que foi tarde? Jogou até quando quis e virou mito milanês.
Três jogadores que representam a minha geração no futebol, craques que eu acompanhei desde os primeiros dias.
Ficar velho é começar a ter seleções prediletas divididas por décadas...
* * *
Adriano deu ontem um exemplo de como usar o peso (e sua força, claro) a seu favor. Não perdeu uma dividida. Tomou um chute na canela no lance do toque de calcanhar para Emerson e nem sequer pareceu sentir. Adriano, em forma, pode sim ser a diferença neste time do Flamengo, que ninguém sabe como vai ficar ainda, se terá Ibson, se perderá Kléberson, se terá de fato o jogador de futebol Petkovic...
Enquanto isso, Obina fez gol em seu segundo jogo pelo Palmeiras.
* * *
Semana passada eu escrevi:
"(...) na próxima rodada teremos São Paulo x Cruzeiro, Santos x Corinthians e Vitória e Grêmio. Será perfeitamente plausível, então, que o São Paulo termine a quarta rodada dez pontos atrás do Inter, o Cruzeiro seis, o Corinthians oito e o Grêmio idem. Ou seja, logo no início, o time gaúcho pode abrir uma excelente frente sobre seus principais concorrentes. Pontos que poderão fazer muita diferença lá pra frente."
Dos quatro concorrentes do Colorado ao título (talvez pretendentes seja melhor, porque eu não acredito que o Corinthians realmente chegue perto disso), apenas o São Paulo não ficou ainda mais para trás, graças à vitória sobre o próprio Cruzeiro, que já vê o Inter seis pontos à frente. O Grêmio, derrotado pelo Vitória, está a oito. Mesma diferença do Corinthians.
Sem dúvida, uma tremenda arrancada.
Domingo que vem tem Cruzeiro x Inter, jogo imperdível. Principalmente depois de um sábado de seleção do Dunga.
Parou Luís Figo, um craque de bola que conseguiu brilhar e conquistar títulos no Barcelona, no Real Madrid e na Internazionale. Que foi símbolo e motor do ressurgimento do futebol português para o mundo. Com Figo Portugal foi quarto numa Copa, vice em uma Eurocopa e terceiro em outra.
Também parou Pavel Nedved, um dos carais mais rápidos de raciocínio que vi jogar. O tcheco, quando novo, era um demônio. Um Tevez meio-campista, só que com elegância. Pra quem não o viu na Lazio, basta dizer que, em três temporadas, conquistou um scudetto, duas Copas da Itália, uma Recopa Européia, duas Supercopas da Itália e uma Supercopa Européia. Aí a Juve o comprou.
Paolo Maldini, finalmente. E quem há de dizer que foi tarde? Jogou até quando quis e virou mito milanês.
Três jogadores que representam a minha geração no futebol, craques que eu acompanhei desde os primeiros dias.
Ficar velho é começar a ter seleções prediletas divididas por décadas...
* * *
Adriano deu ontem um exemplo de como usar o peso (e sua força, claro) a seu favor. Não perdeu uma dividida. Tomou um chute na canela no lance do toque de calcanhar para Emerson e nem sequer pareceu sentir. Adriano, em forma, pode sim ser a diferença neste time do Flamengo, que ninguém sabe como vai ficar ainda, se terá Ibson, se perderá Kléberson, se terá de fato o jogador de futebol Petkovic...
Enquanto isso, Obina fez gol em seu segundo jogo pelo Palmeiras.
* * *
Semana passada eu escrevi:
"(...) na próxima rodada teremos São Paulo x Cruzeiro, Santos x Corinthians e Vitória e Grêmio. Será perfeitamente plausível, então, que o São Paulo termine a quarta rodada dez pontos atrás do Inter, o Cruzeiro seis, o Corinthians oito e o Grêmio idem. Ou seja, logo no início, o time gaúcho pode abrir uma excelente frente sobre seus principais concorrentes. Pontos que poderão fazer muita diferença lá pra frente."
Dos quatro concorrentes do Colorado ao título (talvez pretendentes seja melhor, porque eu não acredito que o Corinthians realmente chegue perto disso), apenas o São Paulo não ficou ainda mais para trás, graças à vitória sobre o próprio Cruzeiro, que já vê o Inter seis pontos à frente. O Grêmio, derrotado pelo Vitória, está a oito. Mesma diferença do Corinthians.
Sem dúvida, uma tremenda arrancada.
Domingo que vem tem Cruzeiro x Inter, jogo imperdível. Principalmente depois de um sábado de seleção do Dunga.
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