Mas o tempo foi capaz de fazê-lo.
Aposentado de vez, após de uma passagem de dois anos pelo Washington Wizards, Michael Jordan assumiu o comando do time da capital americana na cobiçada função de general manager, que seria algo como o nosso gerente de futebol daqui, com amplos poderes para decidir sobre os assuntos relacionados ao basquete. Sua atuação foi tão pífia que o dono dos Wizards, falecido este ano, o demitiu em 2003.
Sim, Michael Jordan, como qualquer mortal, já foi demitido. E já era Michael Jordan.
Em 2004, Robert Johnson comprou os direitos para ser dono de uma nova franquia em Charlotte (os Hornets haviam trocado a cidade por Nova Orleans em 2002) por 300 milhões de dólares. Dois anos mais tarde, convidaria MJ para ser acionista minoritário e, novamente, a última palavra nos assuntos relacionados ao basquete. Desta vez, Jordan até que fez um bom trabalho. O resultado aparece agora, com a equipe firme na briga para chegar pela primeira vez aos playoffs.
Bob não chegou a colher os frutos do sucesso. Na semana passada, depois de seis anos de prejuízos, ele decidiu vender o time. E Jordan, com 175 milhões de dólares do próprio bolso e mais um grupo de investidores, fechou negócio por 275.
Mais uma vez à frente de seu tempo, MJ se torna o primeiro ex-jogador a ser dono de uma equipe profissional nos Estados Unidos. Não é pouco. Na NBA, são 30 times. Na NFL, 32. Na MLB, outros 30. E na NHL, mais 30. Ou seja: entre 142 equipes profissionais de basquete, futebol americano, beisebol e hóquei, só uma pertence a um ex-jogador. Que, ainda por cima, é também o único dono negro - Johnson havia sido o primeiro na história.
Além de retornar ao estado da Carolina do Norte, onde é um mito por conta de sua passagem pela universidade local, campeã com ele em 1984, Jordan terá também desafios pela frente - talvez os maiores que já tenha enfrentado.
De cara, ele assume uma dívida de 150 milhões deixada por Johnson. Só nesta temporada, o prejuízo estimado é de mais 30 milhões. Em seis anos de existência, os Bobcats (nome escolhido por Bob Johnson - mais egocêntrico, impossível) ficaram marcados pela falta de apelo. Do logotipo aos uniformes, passando pela arena construída há apenas 5 anos, nada foi capaz de incutir no torcedor de Charlotte amor parecido com o que ele alimentava pelos Hornets, que sempre estiveram entre as equipes de melhor média de público da NBA. A chegada de MJ aponta para um futuro mais relevante, por sua capacidade de atrair investidores, patrocinadores e mídia. Mas a grande dúvida é como será o envolvimento do astro no comando da equipe. Em Washington e mesmo em Charlotte, quando ainda gerente de operações, Jordan sempre foi questionado e criticado por sua ausência. Passava mais tempo em Chicago, sua casa, do que trabalhando. Agora, diz que vai ser diferente. E é bom que seja mesmo, pois até um dono de bar sabe que é preciso estar presente para que o negócio dê certo.

Se a NBA tinha em Mark Cuban, do Dallas, um dono de time que aparecia tanto quanto suas estrelas, agora tem dois.
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A nova aventura de MJ me fez lembrar de um certo post de janeiro de 2009.
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O futebol daqui? Ah, deixem chegar as semis da Taça Rio ou algum clássico paulista com o Santos... Porque ontem, na TV, quando ouvi falar do futebol carioca foi pra saber que Vágner Love depôs na polícia e que Adriano vai depor.
Problema deles. Eu quero é bola na rede.
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E o Lionel, hein?
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