Esqueçam a vã discussão sobre uma possível convocação de Neymar e Ganso para a Copa. Nem adianta entrar no mérito da questão. Dunga, como todos já devíamos saber, tem suas inabaláveis convicções e jamais chamaria assim, "de graça", dois meninos que não suaram por ele uma única gota nesses últimos três anos. Não seria o Dunga.
Esqueçam também as comemorações coreografadas, os 54 gols em 17 jogos - incrível média de 3,17 - as goleadas com sabor de antigamente e até mesmo o golaço de Ganso, ontem, por cobertura, com o pé esquerdo e a classe de um Zidane, um Sócrates. Esqueçam tudo isso.
Lembrem-se apenas que o Santos, 41 pontos - onze a mais que o São Paulo, doze a mais que o Corinthians e dezesete a mais que o Palmeiras - pode ficar pelo caminho nas semifinais, depois de tão brilhante campanha, capaz de encantar, nestes primeiros meses de 2010, a todos que apreciam o bom futebol.
Toda essa superioridade valerá apenas a vantagem de jogar por dois resultados iguais nas semis, além de fazer a segunda partida em casa. E assim, num golpe do destino, num daqueles azares que povoam o futebol, o melhor time do campeonato pode ser eliminado pelo quarto colocado. Que pode ser o São Paulo, mas pode também ser o ilustre Grêmio Prudente, antigo Barueri.
E aí eu pergunto - é justa essa fórmula em que, depois de todos jogarem contra todos, um time como esse do Santos ainda precise se provar melhor que outros três que terminaram tão atrás?
Será lembrado como esse campeonato se outro, que não o Santos, for o campeão?
* * *
Conheci Armando Nogueira em 1995, mesmo ano em que recebia meu primeiro salário como profissional de televisão. Trabalhamos juntos no programa Bola Q Rola, do Sportv, já nos anos 2000, em que eu era o editor-chefe e ele tinha uma coluna. Foi naquele contato semanal, durante mais de um ano, que aprendi a admirá-lo. Não apenas pelo texto ou pelas tiradas geniais que abrilhantavam o programa - a coluna do Seu Armando, no fim, era realmente o momento mais aguardado, o luxo do BQR. O que me fez dele fã e defensor, no entanto, foi sua personalidade única.
Em janeiro de 2007, quando completou 80 anos, eu estava retornando ao Sportv, depois de um ano longe de casa. Coube a mim fechar o programa especial, ao vivo, em que lhe prestamos uma bela homenagem, na sede náutica do Botafogo, com a presença de uma série de personalidades ligadas ao jornalismo, ao clube de coração e ao futebol.
Quando eu, no comando lá do Rio Comprido, entro na caixa-de-sapato (comunicação através da qual falava com o estúdio, na Lagoa) para dar os parabéns ao Seu Armando, recebo de volta, na frente de todo aquele povo, as palavras daquele monstro sagrado do jornalismo brasileiro dizendo que estava ainda mais feliz por ter sabido, naquela semana, que eu havia voltado ao Sportv. Acabou me dando os parabéns, em vez de eu a ele.
Com tanta gente por aí que não é nada se achando o tal, Armando Nogueira, em sua simplicidade, nos ensinava que não éramos nada mesmo.
O jornalismo perde um ícone e o mundo, um tremendo ser humano.
segunda-feira, 29 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Money.
De todas as alcunhas recebidas ao longo da carreira, essa sempre foi minha predileta. E nada tem a ver com seu toque de Midas ou com sua paixão pelo jogo - qualquer jogo - de apostas. A money ball, no fim, sempre era dele. Todos sabiam, poucos conseguiam pará-lo.
Mas o tempo foi capaz de fazê-lo.
Aposentado de vez, após de uma passagem de dois anos pelo Washington Wizards, Michael Jordan assumiu o comando do time da capital americana na cobiçada função de general manager, que seria algo como o nosso gerente de futebol daqui, com amplos poderes para decidir sobre os assuntos relacionados ao basquete. Sua atuação foi tão pífia que o dono dos Wizards, falecido este ano, o demitiu em 2003.
Sim, Michael Jordan, como qualquer mortal, já foi demitido. E já era Michael Jordan.
Em 2004, Robert Johnson comprou os direitos para ser dono de uma nova franquia em Charlotte (os Hornets haviam trocado a cidade por Nova Orleans em 2002) por 300 milhões de dólares. Dois anos mais tarde, convidaria MJ para ser acionista minoritário e, novamente, a última palavra nos assuntos relacionados ao basquete. Desta vez, Jordan até que fez um bom trabalho. O resultado aparece agora, com a equipe firme na briga para chegar pela primeira vez aos playoffs.
Bob não chegou a colher os frutos do sucesso. Na semana passada, depois de seis anos de prejuízos, ele decidiu vender o time. E Jordan, com 175 milhões de dólares do próprio bolso e mais um grupo de investidores, fechou negócio por 275.
Mais uma vez à frente de seu tempo, MJ se torna o primeiro ex-jogador a ser dono de uma equipe profissional nos Estados Unidos. Não é pouco. Na NBA, são 30 times. Na NFL, 32. Na MLB, outros 30. E na NHL, mais 30. Ou seja: entre 142 equipes profissionais de basquete, futebol americano, beisebol e hóquei, só uma pertence a um ex-jogador. Que, ainda por cima, é também o único dono negro - Johnson havia sido o primeiro na história.
Além de retornar ao estado da Carolina do Norte, onde é um mito por conta de sua passagem pela universidade local, campeã com ele em 1984, Jordan terá também desafios pela frente - talvez os maiores que já tenha enfrentado.
De cara, ele assume uma dívida de 150 milhões deixada por Johnson. Só nesta temporada, o prejuízo estimado é de mais 30 milhões. Em seis anos de existência, os Bobcats (nome escolhido por Bob Johnson - mais egocêntrico, impossível) ficaram marcados pela falta de apelo. Do logotipo aos uniformes, passando pela arena construída há apenas 5 anos, nada foi capaz de incutir no torcedor de Charlotte amor parecido com o que ele alimentava pelos Hornets, que sempre estiveram entre as equipes de melhor média de público da NBA. A chegada de MJ aponta para um futuro mais relevante, por sua capacidade de atrair investidores, patrocinadores e mídia. Mas a grande dúvida é como será o envolvimento do astro no comando da equipe. Em Washington e mesmo em Charlotte, quando ainda gerente de operações, Jordan sempre foi questionado e criticado por sua ausência. Passava mais tempo em Chicago, sua casa, do que trabalhando. Agora, diz que vai ser diferente. E é bom que seja mesmo, pois até um dono de bar sabe que é preciso estar presente para que o negócio dê certo.
Resta saber que tipo de dono será MJ, um dos maiores competidores que já existiu, capaz de socar um companheiro de time por sua falta de empenho num treino ou de humilhar outros que não tinham tanto talento.
Se a NBA tinha em Mark Cuban, do Dallas, um dono de time que aparecia tanto quanto suas estrelas, agora tem dois.
* * *
A nova aventura de MJ me fez lembrar de um certo post de janeiro de 2009.
* * *
O futebol daqui? Ah, deixem chegar as semis da Taça Rio ou algum clássico paulista com o Santos... Porque ontem, na TV, quando ouvi falar do futebol carioca foi pra saber que Vágner Love depôs na polícia e que Adriano vai depor.
Problema deles. Eu quero é bola na rede.
* * *
E o Lionel, hein?
Mas o tempo foi capaz de fazê-lo.
Aposentado de vez, após de uma passagem de dois anos pelo Washington Wizards, Michael Jordan assumiu o comando do time da capital americana na cobiçada função de general manager, que seria algo como o nosso gerente de futebol daqui, com amplos poderes para decidir sobre os assuntos relacionados ao basquete. Sua atuação foi tão pífia que o dono dos Wizards, falecido este ano, o demitiu em 2003.
Sim, Michael Jordan, como qualquer mortal, já foi demitido. E já era Michael Jordan.
Em 2004, Robert Johnson comprou os direitos para ser dono de uma nova franquia em Charlotte (os Hornets haviam trocado a cidade por Nova Orleans em 2002) por 300 milhões de dólares. Dois anos mais tarde, convidaria MJ para ser acionista minoritário e, novamente, a última palavra nos assuntos relacionados ao basquete. Desta vez, Jordan até que fez um bom trabalho. O resultado aparece agora, com a equipe firme na briga para chegar pela primeira vez aos playoffs.
Bob não chegou a colher os frutos do sucesso. Na semana passada, depois de seis anos de prejuízos, ele decidiu vender o time. E Jordan, com 175 milhões de dólares do próprio bolso e mais um grupo de investidores, fechou negócio por 275.
Mais uma vez à frente de seu tempo, MJ se torna o primeiro ex-jogador a ser dono de uma equipe profissional nos Estados Unidos. Não é pouco. Na NBA, são 30 times. Na NFL, 32. Na MLB, outros 30. E na NHL, mais 30. Ou seja: entre 142 equipes profissionais de basquete, futebol americano, beisebol e hóquei, só uma pertence a um ex-jogador. Que, ainda por cima, é também o único dono negro - Johnson havia sido o primeiro na história.
Além de retornar ao estado da Carolina do Norte, onde é um mito por conta de sua passagem pela universidade local, campeã com ele em 1984, Jordan terá também desafios pela frente - talvez os maiores que já tenha enfrentado.
De cara, ele assume uma dívida de 150 milhões deixada por Johnson. Só nesta temporada, o prejuízo estimado é de mais 30 milhões. Em seis anos de existência, os Bobcats (nome escolhido por Bob Johnson - mais egocêntrico, impossível) ficaram marcados pela falta de apelo. Do logotipo aos uniformes, passando pela arena construída há apenas 5 anos, nada foi capaz de incutir no torcedor de Charlotte amor parecido com o que ele alimentava pelos Hornets, que sempre estiveram entre as equipes de melhor média de público da NBA. A chegada de MJ aponta para um futuro mais relevante, por sua capacidade de atrair investidores, patrocinadores e mídia. Mas a grande dúvida é como será o envolvimento do astro no comando da equipe. Em Washington e mesmo em Charlotte, quando ainda gerente de operações, Jordan sempre foi questionado e criticado por sua ausência. Passava mais tempo em Chicago, sua casa, do que trabalhando. Agora, diz que vai ser diferente. E é bom que seja mesmo, pois até um dono de bar sabe que é preciso estar presente para que o negócio dê certo.
Resta saber que tipo de dono será MJ, um dos maiores competidores que já existiu, capaz de socar um companheiro de time por sua falta de empenho num treino ou de humilhar outros que não tinham tanto talento.
Se a NBA tinha em Mark Cuban, do Dallas, um dono de time que aparecia tanto quanto suas estrelas, agora tem dois.
* * *
A nova aventura de MJ me fez lembrar de um certo post de janeiro de 2009.
* * *
O futebol daqui? Ah, deixem chegar as semis da Taça Rio ou algum clássico paulista com o Santos... Porque ontem, na TV, quando ouvi falar do futebol carioca foi pra saber que Vágner Love depôs na polícia e que Adriano vai depor.
Problema deles. Eu quero é bola na rede.
* * *
E o Lionel, hein?
quinta-feira, 18 de março de 2010
Pensamentos Randômicos De Uma Quinta Qualquer.
Começando pelo óbvio, o Flamengo deixou escapar uma grande chance, ontem, em Santiago. Diante de um time que pressionava mas também dava espaços - e num campo de boas dimensões e em ótimo estado - o campeão brasileiro fez uma de suas piores partidas na temporada. Nem merecia mesmo o empate, que veio num gol irregular como seus atacantes, que nada acertaram. É bom Andrade começar a pensar em como trazer Petkovic de volta ao time titular. E alguém sabe me dizer o que Dunga vê no pífio Kléberson?
De uma maneira ou de outra, a situação do time carioca ainda é confortável. La U foi a sete pontos, o Fla tem seis, a outra U tem dois e o pobre Caracas, um. É preciso apenas lembrar que não basta ser o segundo, pois neste ano apenas os seis melhores segundos dos oito grupos avançam.
* * *
Seguindo com o melhor desta quarta, que prazer ver Lionel Messi jogar futebol! Não só ele, mas o Barcelona de Guardiola, como um todo. Ontem, com o regulamento debaixo do braço, o técnico espanhol deixou de lado o 4-3-3 e escalou Messi no meio-de-campo, à frente de Touré, Busquets e Iniesta, se aproximando de Henry e Pedro, que jogaram na frente. O baixinho deu um show e, depois da partida, lembrou que jogava assim nas categorias de base do clube.
Será que Maradona assistiu ao jogo?
Teria ele pensado num time com Mascherano, Verón e Máxi Rodríguez; Messi; Tévez e Higuaín do meio para frente? Que ainda pode ter, no banco, Aguero, Di Maria, Lavezzi, Lizandro e Milito. Ah, se nossos hermanos fossem para este mundial com um técnico de verdade como... Bielsa, por exemplo.
* * *
Hoje à tarde, o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro vai se encontrar com representantes de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo para tentar encontrar uma solução para o impasse criado entre a Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer e a empresa BWA, responsável pela confecção, comercialização e distribuição de ingressos e pelas roletas do estádio do Maracanã. Se não for apresentada uma proposta razoável, a Suderj pode romper o convênio que tem com a Ferj para a utilização do Maracanã em 2010, assinado no início do ano. Domingo, no clássico entre Fla e Vasco, só quinze das 103 roletas do estádio funcionavam.
É como entrar numa daquelas imensas agências bancárias, com vinte caixas... e apenas dois ou três atendem à multidão que forma a fila e espera horas para ser atendido. Mas não é só.
De nada adiantará botar as 103 roletas funcionando se a Polícia Militar não mudar a maneira como trata o torcedor e seu acesso ao estádio. Os currais "organizados" pela PM junto aos muros, dos dois lados da entrada, tanto no Belini quanto na UERJ, são de uma estupidez proporcional ao descaso com que quem paga ingresso é tratado por quem deveria garantir a sua segurança.
* * *
E a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, hein? Sobem mesmo no telhado sem os royalties do petróleo? Isso quer mesmo dizer que, desta receita anual de 7 bilhões de reais, parte seria usada para isso? Quem deixaria de receber, então? Saúde? Educação? Segurança?
Como diz meu mestre Renato Nogueira, ainda bem que moramos em Oslo, onde nada disso é problema.
* * *
Mais uma dele, pra encerrar: este é um dos mais sensacionais planos de sequência que vi no cinema nos últimos tempos. "O Segredo De Seus Olhos" está sendo baixado neste momento lá em casa.
No próximo post, um marco na história do esporte - pela primeira vez um ex-atleta, negro, se torna dono de um time profissional nos EUA...
De uma maneira ou de outra, a situação do time carioca ainda é confortável. La U foi a sete pontos, o Fla tem seis, a outra U tem dois e o pobre Caracas, um. É preciso apenas lembrar que não basta ser o segundo, pois neste ano apenas os seis melhores segundos dos oito grupos avançam.
* * *
Seguindo com o melhor desta quarta, que prazer ver Lionel Messi jogar futebol! Não só ele, mas o Barcelona de Guardiola, como um todo. Ontem, com o regulamento debaixo do braço, o técnico espanhol deixou de lado o 4-3-3 e escalou Messi no meio-de-campo, à frente de Touré, Busquets e Iniesta, se aproximando de Henry e Pedro, que jogaram na frente. O baixinho deu um show e, depois da partida, lembrou que jogava assim nas categorias de base do clube.
Será que Maradona assistiu ao jogo?
Teria ele pensado num time com Mascherano, Verón e Máxi Rodríguez; Messi; Tévez e Higuaín do meio para frente? Que ainda pode ter, no banco, Aguero, Di Maria, Lavezzi, Lizandro e Milito. Ah, se nossos hermanos fossem para este mundial com um técnico de verdade como... Bielsa, por exemplo.
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Hoje à tarde, o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro vai se encontrar com representantes de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo para tentar encontrar uma solução para o impasse criado entre a Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer e a empresa BWA, responsável pela confecção, comercialização e distribuição de ingressos e pelas roletas do estádio do Maracanã. Se não for apresentada uma proposta razoável, a Suderj pode romper o convênio que tem com a Ferj para a utilização do Maracanã em 2010, assinado no início do ano. Domingo, no clássico entre Fla e Vasco, só quinze das 103 roletas do estádio funcionavam.
É como entrar numa daquelas imensas agências bancárias, com vinte caixas... e apenas dois ou três atendem à multidão que forma a fila e espera horas para ser atendido. Mas não é só.
De nada adiantará botar as 103 roletas funcionando se a Polícia Militar não mudar a maneira como trata o torcedor e seu acesso ao estádio. Os currais "organizados" pela PM junto aos muros, dos dois lados da entrada, tanto no Belini quanto na UERJ, são de uma estupidez proporcional ao descaso com que quem paga ingresso é tratado por quem deveria garantir a sua segurança.
* * *
E a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, hein? Sobem mesmo no telhado sem os royalties do petróleo? Isso quer mesmo dizer que, desta receita anual de 7 bilhões de reais, parte seria usada para isso? Quem deixaria de receber, então? Saúde? Educação? Segurança?
Como diz meu mestre Renato Nogueira, ainda bem que moramos em Oslo, onde nada disso é problema.
* * *
Mais uma dele, pra encerrar: este é um dos mais sensacionais planos de sequência que vi no cinema nos últimos tempos. "O Segredo De Seus Olhos" está sendo baixado neste momento lá em casa.
No próximo post, um marco na história do esporte - pela primeira vez um ex-atleta, negro, se torna dono de um time profissional nos EUA...
sexta-feira, 12 de março de 2010
Sexta!
Nesta véspera de fim de semana de sol tão aguardado e necessário e desejado, nada melhor do que algumas frases proferidas por gente que se esforça para fazer do esporte a coisa sem importância mais importante de nossas vidas.
"Estou me preparando para voltar. E meu estilo de jogo facilita para que as pessoas mencionem o meu nome quando o assunto é seleção." - Roberto "sem noção alguma" Carlos, em entrevista à Playboy deste mês.
"Maravilhoso, porque somos um país rico. A estrutura aqui tanto para a Copa quanto para a Olimpíada vai ser de primeiro mundo. Temos condições de fazer a melhor estrutura, a melhor segurança." - A mesma figura, respondendo à pergunta "O que você achou da escolha do Brasil como sede da Copa de 2014?".
"Se a gente tivesse ganho em 2006, ninguém falaria sobre a balada na Alemanha. Fizemos coisas piores em 2002 e ninguém soube. No Japão era mais liberado. A gente arregaçava." - Roberto "meião" Carlos.
"Futebol é qualidade. Interessa se você é bom no que faz. O que podem dizer do Ronaldo, do Robinho, do Ronaldinho? Estão na noite e já ganharam tudo." - Roberto "corporativista" Carlos.
"É um treinador covarde que, tira do campo os jogadores que criam expectativa e dos quais se espera muito para desviar o foco de sua própria incompetência." - de um tal Diogo Kotscho, assessor de imprensa de Kaká, que não vem jogando nada e saiu vaiado pela torcida ao ser substituído no empate com o Lyon, que eliminou o Real, pela sexta vez seguida, nas oitavas da Liga dos Campeões.
"Que jogador não bebe? Você conhece algum? Se as pessoas forem se preocupar com isso é melhor acabar com o futebol brasileiro, mundial... O álcool não interfere em nada." - José Luiz Runco, responsável pelo departamento médico do Flamengo e da seleção brasileira...
"Em beber uma cervejinha não vejo problema nenhum. Concordo plenamente com o Runco. Agora, não pode é beber um engradado." - Ricardo Teixeira, dono do futebol brasileiro e phd em destilados de 800 dólares a garrafa e torneiras de chope contrabandeadas.
"Na seleção brasileira, principalmente se você estiver se preparando para a Copa do Mundo e também durante a Copa do Mundo, você tem que ter os cuidados físicos. Já disse claramente que não gostei de 2006 e vamos mudar isso. O que aconteceu lá com jogador participando de festa e chegando às 4h, 5h da manhã, acabou. Foi uma outra fase. Não vai acontecer de novo quatro anos depois." - de novo Ricardo Teixeira, admitindo que só fez turismo na Alemanha em 2006.
"Bebida não é problema. Beber é uma delícia. Problema é ter problema com a bebida, isso sim! Aí é muito diferente. Tem até tratamento pra isso." - Fernando Calazans.
"Estou me preparando para voltar. E meu estilo de jogo facilita para que as pessoas mencionem o meu nome quando o assunto é seleção." - Roberto "sem noção alguma" Carlos, em entrevista à Playboy deste mês.
"Maravilhoso, porque somos um país rico. A estrutura aqui tanto para a Copa quanto para a Olimpíada vai ser de primeiro mundo. Temos condições de fazer a melhor estrutura, a melhor segurança." - A mesma figura, respondendo à pergunta "O que você achou da escolha do Brasil como sede da Copa de 2014?".
"Se a gente tivesse ganho em 2006, ninguém falaria sobre a balada na Alemanha. Fizemos coisas piores em 2002 e ninguém soube. No Japão era mais liberado. A gente arregaçava." - Roberto "meião" Carlos.
"Futebol é qualidade. Interessa se você é bom no que faz. O que podem dizer do Ronaldo, do Robinho, do Ronaldinho? Estão na noite e já ganharam tudo." - Roberto "corporativista" Carlos.
"É um treinador covarde que, tira do campo os jogadores que criam expectativa e dos quais se espera muito para desviar o foco de sua própria incompetência." - de um tal Diogo Kotscho, assessor de imprensa de Kaká, que não vem jogando nada e saiu vaiado pela torcida ao ser substituído no empate com o Lyon, que eliminou o Real, pela sexta vez seguida, nas oitavas da Liga dos Campeões.
"Que jogador não bebe? Você conhece algum? Se as pessoas forem se preocupar com isso é melhor acabar com o futebol brasileiro, mundial... O álcool não interfere em nada." - José Luiz Runco, responsável pelo departamento médico do Flamengo e da seleção brasileira...
"Em beber uma cervejinha não vejo problema nenhum. Concordo plenamente com o Runco. Agora, não pode é beber um engradado." - Ricardo Teixeira, dono do futebol brasileiro e phd em destilados de 800 dólares a garrafa e torneiras de chope contrabandeadas.
"Na seleção brasileira, principalmente se você estiver se preparando para a Copa do Mundo e também durante a Copa do Mundo, você tem que ter os cuidados físicos. Já disse claramente que não gostei de 2006 e vamos mudar isso. O que aconteceu lá com jogador participando de festa e chegando às 4h, 5h da manhã, acabou. Foi uma outra fase. Não vai acontecer de novo quatro anos depois." - de novo Ricardo Teixeira, admitindo que só fez turismo na Alemanha em 2006.
"Bebida não é problema. Beber é uma delícia. Problema é ter problema com a bebida, isso sim! Aí é muito diferente. Tem até tratamento pra isso." - Fernando Calazans.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Prumo.
Eu esperei o fim de semana passar para escrever sobre o assunto. Afinal, a primeira reação, natural, foi misto de raiva e indignação. Como pode um jogador profissional fugir de suas obrigações por causa de uma briga de casal?
Isso mostra que estou ficando mais sábio, eu acho. Ao contrário de outras épocas, penso bastante antes de falar ou escrever sobre algo que mexe com minha razão através da emoção. Pois bem:
Eu te entendo, Adriano. E nem poderia ser diferente.
Num rápido exercício de memória, vieram imagens, pessoais e de amigos, das mais variadas. Acidentes de carro, brigas verbais e físicas, porres homéricos, vexames horrorosos, escândalos vergonhosos, emergências de hospitais e, claro, salas de espera de delegacia. Tudo fruto de desentendimentos de uma vida a dois.
Em todas elas, eu ou algum grande amigo ou parente ficou sem chão. Sem Norte. Sem condição de levantar no dia seguinte e tocar a vida normalmente, como se nada tivesse acontecido.
O trabalho, claro, entra nessa roda. Nós, pessoas comuns, temos mais dificuldade em deixar de lado essa obrigação que paga nossas contas, vícios e luxos. Mas quem pode dizer que conseguiu trabalhar bem depois de uma experiência dessas?
Note que nem eu, nem amigo ou parente, jamais passou por uma destruição de carros alheios pela parceira bem no meio de uma das mais violentas favelas do Rio de Janeiro, tudo na frente de amigos, colegas de trabalho, fãs, detratores e traficantes armados. Como a autora de tamanha proeza não se trata de uma namoradinha qualquer, mas de alguém com quem Adriano se relaciona há anos - entre idas e vindas, é verdade - dá pra fazer um perfeito paralelo com o que vivi e vi nesses 37 anos.
Raiva e indignação viraram pena e compaixão.
Se vale um conselho, o trabalho é excelente remédio depois que a poeira baixa. Domingo que vem tem Flamengo x Vasco, Adriano.
* * *
Antes que alguém possa interpretar mal, estou entre os que pensam que as mulheres são a razão porque vivemos e enlouquecemos nesta vida; sem elas, nada faz sentido; bem-aventurado quem, como eu, tem a sorte de receber o amor verdadeiro de uma delas, para poder retribuir da mesma forma.
Um feliz dia internacional da mulher para todas.
Isso mostra que estou ficando mais sábio, eu acho. Ao contrário de outras épocas, penso bastante antes de falar ou escrever sobre algo que mexe com minha razão através da emoção. Pois bem:
Eu te entendo, Adriano. E nem poderia ser diferente.
Num rápido exercício de memória, vieram imagens, pessoais e de amigos, das mais variadas. Acidentes de carro, brigas verbais e físicas, porres homéricos, vexames horrorosos, escândalos vergonhosos, emergências de hospitais e, claro, salas de espera de delegacia. Tudo fruto de desentendimentos de uma vida a dois.
Em todas elas, eu ou algum grande amigo ou parente ficou sem chão. Sem Norte. Sem condição de levantar no dia seguinte e tocar a vida normalmente, como se nada tivesse acontecido.
O trabalho, claro, entra nessa roda. Nós, pessoas comuns, temos mais dificuldade em deixar de lado essa obrigação que paga nossas contas, vícios e luxos. Mas quem pode dizer que conseguiu trabalhar bem depois de uma experiência dessas?
Note que nem eu, nem amigo ou parente, jamais passou por uma destruição de carros alheios pela parceira bem no meio de uma das mais violentas favelas do Rio de Janeiro, tudo na frente de amigos, colegas de trabalho, fãs, detratores e traficantes armados. Como a autora de tamanha proeza não se trata de uma namoradinha qualquer, mas de alguém com quem Adriano se relaciona há anos - entre idas e vindas, é verdade - dá pra fazer um perfeito paralelo com o que vivi e vi nesses 37 anos.
Raiva e indignação viraram pena e compaixão.
Se vale um conselho, o trabalho é excelente remédio depois que a poeira baixa. Domingo que vem tem Flamengo x Vasco, Adriano.
* * *
Antes que alguém possa interpretar mal, estou entre os que pensam que as mulheres são a razão porque vivemos e enlouquecemos nesta vida; sem elas, nada faz sentido; bem-aventurado quem, como eu, tem a sorte de receber o amor verdadeiro de uma delas, para poder retribuir da mesma forma.
Um feliz dia internacional da mulher para todas.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Ás de Copas.
É pra assistir saboreando.
A partir de amanhã, sempre às terças na ESPN (21h) e aos domingos na ESPN Brasil (depois do Bate-Bola), quem aprecia a história do futebol vai poder rever - ou ver pela primeira vez - alguns dos jogos mais marcantes da história das Copas, a partir do mundial de 70.
A estreia, quase óbvia, é com a final entre Brasil x Itália. Narração e comentário serão atuais e eu queria muito ter essa lista, mas não tenho.
Tenho, sim, o saboroso cardápio:
Brasil x Holanda, 74, o atropelamento
Alemanha x Holanda, final de 74
Brasil x Argentina, 78
Argentina x Peru, o jogo da vergonha de 78
Argentina x Holanda, a final de 78
Itália x Brasil, 82, em que chorei de raiva
Inglaterra x Argentina, 86, Deus disfarçado de Diego
Argentina x Alemanha, final de 86
Itália x Argentina, 90
Alemanha x Argentina, final de 90
Brasil x Itália, final de 94
França x Brasil, final de 98
Brasil x Alemanha, final de 2002
França x Itália, final de 2006
A lista, mais do que mostrar a evolução do futebol nos últimos 40 anos, deixa claro também seu empobrecimento, pelo menos no que diz respeito ao que foi apresentado em Copas. Basta comparar os jogos das décadas de 70 e 80 aos das seguintes. Não faço questão alguma de rever as finais de 90 para cá.
Já os dois Brasil x Itália, o show holandês sobre nós em 74 - que tenho aqui no meu HD -, a final contra a Alemanha naquele ano e os jogos da Argentina em 86, esses sim, são de uma extirpe que quase não se vê mais.
Ainda mais em Copas do Mundo.
A partir de amanhã, sempre às terças na ESPN (21h) e aos domingos na ESPN Brasil (depois do Bate-Bola), quem aprecia a história do futebol vai poder rever - ou ver pela primeira vez - alguns dos jogos mais marcantes da história das Copas, a partir do mundial de 70.
A estreia, quase óbvia, é com a final entre Brasil x Itália. Narração e comentário serão atuais e eu queria muito ter essa lista, mas não tenho.
Tenho, sim, o saboroso cardápio:
Brasil x Holanda, 74, o atropelamento
Alemanha x Holanda, final de 74
Brasil x Argentina, 78
Argentina x Peru, o jogo da vergonha de 78
Argentina x Holanda, a final de 78
Itália x Brasil, 82, em que chorei de raiva
Inglaterra x Argentina, 86, Deus disfarçado de Diego
Argentina x Alemanha, final de 86
Itália x Argentina, 90
Alemanha x Argentina, final de 90
Brasil x Itália, final de 94
França x Brasil, final de 98
Brasil x Alemanha, final de 2002
França x Itália, final de 2006
A lista, mais do que mostrar a evolução do futebol nos últimos 40 anos, deixa claro também seu empobrecimento, pelo menos no que diz respeito ao que foi apresentado em Copas. Basta comparar os jogos das décadas de 70 e 80 aos das seguintes. Não faço questão alguma de rever as finais de 90 para cá.
Já os dois Brasil x Itália, o show holandês sobre nós em 74 - que tenho aqui no meu HD -, a final contra a Alemanha naquele ano e os jogos da Argentina em 86, esses sim, são de uma extirpe que quase não se vê mais.
Ainda mais em Copas do Mundo.
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