Faltam só duas rodadas agora.
E o São Paulo (62), que perdeu para o Bota, só precisa vencer Goiás e Sport. O Goiás que tirou dois pontos do Fla diante de um Maracanã lotado e o Sport, lanterna, rebaixado, derrotado pelo Flu.
O Fla de Andrade (61), que podia ser líder nesse momento em que escrevo, ainda tem Corinthians e Grêmio pela frente. Vai precisar jogar bem mais do que ontem para vencer ambos. E o rubro-negro não tem jogado bem.
Enquanto isso, Internacional (59) e Palmeiras (59) ainda sonham com (perfeitamente possíveis) tropeços dos dois. O que não seria, claro, nenhuma surpresa. Aos mineiros, resta a briga por uma vaga na Libertadores, embora ache difícil que cheguem.
Enfim, nenhuma novidade num campeonato cantado e versado por sua irregularidade e equilíbrio de (fracas) forças, diante de tantos tropeços dos líderes na hora em que mais precisavam se afirmar - aconteceu com Atlético, depois Inter, Palmeiras, São Paulo e, agora, Flamengo.
A grande novidade da rodada, esta sim, é que o Fluminense, dado por rebaixado por muitos, agora depende apenas de si, já que na última rodada enfrenta o Coritiba, que tem apenas dois pontos a mais que ele - assim como Botafogo e Atlético Paranaense. Quem diria.
E quem se arrisca a dizer quem levanta taça e quem sobe nesse momento...
* * *
Sou frequentador do Maracanã desde moleque. E sempre disse que há, sim, uma distância imensa entre os diferentes tipos de torcedor: a) o que vai aos jogos no estádios, b) o que assiste aos jogos pela tv e c) o eventual torcedor, aquele que vez na vida, vez na morte, vai ao estádio e, vez em quando, acompanha o time pela telinha.
Vou usar o basquete, especificamente meus Bulls, para explicar melhor. Até o ano passado, havia no time um armador chamado Ben Gordon. Um tanto baixinho pra posição dois, um tanto preguiçoso na defesa mas, sem dúvida, um grande arremessador, capaz de cestas incríveis, principalmente nos instantes finais, nos momentos de decisão.
Ben Gordon foi o cestinha e ponto de referência do ataque do time por quatro temporadas seguidas. Mas quando seu contrato acabou, no meio deste ano, a diretoria dos Bulls simplesmente o deixou ir, sem nada ganhar em troca. Muitos não entenderam. Mas a resposta é simples - BG jogava para si. Sem ele, o Chicago se transforma, a cada dia, num time mais coeso do que jamais foi nos últimos anos. E, para surpresa geral, um dos maiores motivos é Joaquim Noah, pivô alto, cabeludo e desengonçado, dono de um dos arremessos mais esquisitos e feios que já vi, filho do grande Yannick Noah, tenista das antigas.
Pra quem não assiste aos jogos dos Bulls, Gordon era o craque que a diretoria deixou ir embora e Noah, o cabeça-de-bagre que virou titular.
Pra quem acompanha o time, Gordon era o câncer que foi embora e Noah, a principal fonte de energia e motivação da equipe. Não é, nem jamais será um craque. Mas deixa a alma em quadra, jogo após jogos. Entrega total ao time.
Eu dei essa volta toda pra chegar ao Juan, lateral-esquerdo do Flamengo.
Porque eu confesso: NÃO AGUENTO MAIS O JUAN com a camisa rubro-negra. Seu jeito displicente, sua disposição para correr no ataque e sua preguiça de voltar para a defesa, sua indolência nessa volta, sempre naquele trotezinho de velho correndo no calçadão de Copa, enquanto outros se matam por ele.
Juan e Ben Gordon são iguais.
Mas só quem vai ao estádio sabe disso. Porque a tv jamais mostra Juan quando ele não está na jogada.
2 comentários:
eu sinceramente nao consigo entender essa marra do Juan. mais: nunca ouvi falar de um grande feito desse baixinho pra ter essa postura em campo e principalmente nas entrevistas.
pela tabela, o Fla é campeao e o Botafogo cai.
Que Zico te ouça!
E agora torço muito pro Bota não cair.
Sobre o Juan, trata-se do maior exemplo da política paternalista que impera na Gávea há tempos. Faz o que quer lá dentro e nunca é punido. Mas deixe estar, pois tá próximo o dia em que ele não terá mais clima algum com a torcida para continuar no clube.
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