quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Sombra.

Como esperado, ninguém duvida que os cinco representantes brasileiros na Libertadores devam se classificar sem problemas para as oitavas-de-final da competição, acalentado sonho de consumo de todos para 2010. Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e Internacional lideram seus grupos neste momento. E o Flamengo, segundo colocado no seu, ainda tem três jogos pela frente, dois deles em casa.

Se ainda é cedo para especular sobre adversários na próxima fase, não é para pensarmos nas manchetes dos jornais em seis de maio, dia seguinte aos jogos de volta das oitavas. Estarão os cinco ainda na briga?

Dois dias depois, em oito de maio, começa o campeonato brasileiro. E eu duvido muito que dele Muricy Ramalho seja mero espectador.

Hoje, é possível dizer que Adilson Batista, Mano Menezes, Andrade e Ricardo Gomes estão firmes em seus cargos, situação bem diferente da de Jorge Fossati, que se não tivesse vencido ontem o Cerro, poderia já não ser mais o homem no comando do Internacional. Mas e no caso de uma eliminação nas oitavas, estariam estes senhores garantidos em seus clubes para o restante da temporada?

O uruguaio, que andava em corda bamba, pode nem durar até lá. E o Beira-Rio, que já foi a casa de Muricy, seria a escolha mais natural para ele. O Inter não tem mais o belo time que acabou não vingando na temporada passada, mas possui elenco suficientemente bom para que o treinador brigue pelo título brasileiro.

Em Minas, Adílson é exceção louvável no futebol daqui, pois dirige o Cruzeiro desde o início da temporada 2008 e duvido muito que não termine a 2010 à frente do time. Um retorno ao Morumbi, onde outro ex-zagueiro não chega nem perto em termos de estabilidade, seria improvável.

Sobram, então, Flamengo e Corinthians, os dois maiores clubes do país.

Dois paióis onde combustões espontâneas levam a grandes explosões. Onde o mais queimado, quase sempre, é o técnico.

Mano, que assim como Adilson já acumula duas temporadas inteiras no comando do Corinthians, vem dando seus primeiros sinais de desgaste no cargo. Nem mesmo a conquista da Copa do Brasil, no ano passado, parece ser capaz de aliviar sua barra no caso de uma eliminação na Libertadores - principalmente se o time sequer se classificar para as semifinais do paulista, o que é uma grande possibilidade.

Só não consigo é imaginar Muricy no Parque São Jorge. Embora também não conseguisse imaginá-lo no outro Parque, onde acabou durando pouco.

Andrade, mesmo tendo sido o comandante do hexa, não enfrenta menores turbulências na Gávea. Dos atritos com Marcos Bráz à bomba-relógio Petkovic, passando pela busca do inédito tetra carioca, nada tem feito sua vida mais tranquila, como se poderia supor de quem na temporada passada levou o clube a título tão importante e esperado. Assim como Mano, duvido muito que, sem título estadual e sem vaga nas quartas da Libertadores, o Tromba seja mantido no comando.

Enquanto isso, Muricy solta uma frase aqui, outra ali, como a sobre o sonho de, um dia, treinar o Flamengo.

E espera.

* * *

E como espera, Muricy certamente assistiu ontem a Arsenal x Barcelona, disparado o melhor jogo da temporada até aqui. Como sei que, por sua maneira de ser, não deve ter ficado encantado com dois times jogando tão pra frente, de forma tão inconsequente quase, imagino que tenha ficado impressionado com atuações tão distintas de seus companheiros de profissão.

Arsène Wenger teve que lidar com toda sorte de problemas. Arshavin e Gallas se machucaram ainda no primeiro tempo, quando o time da casa foi massacrado. Fugindo do óbvio, ele recuou Song para a zaga e botou Eboué e Denílson no meio-campo, para tentar conter um Barça que, nos primeiros dez minutos, poderia facilmente ter feito dois ou três a zero. Apesar disso, o placar no intervalo marcava zero a zero.

Mas, logo nos primeiros quinze minutos da segunda etapa, Ibra, inteligentíssimo, se posicionou de forma perfeita para receber dois lançamentos e fazer dois a zero. Àquela altura, com quase 70% de posse de bola, o Barça parecia já pensar nas semifinais da Champions. Foi quando, pouco depois, Pep Guardiola resolveu mexer no time (em time que está ganhando não se mexe...); tirou o sueco, que saiu descontente, claro, e botou Henry, que entrou descontente, pois já havia declarado que, se possível, jamais enfrentaria o ex-clube, onde ainda é ídolo. Henry não jogou nada e o Barça, que buscava o terceiro gol, desandou.

Do outro lado, Wenger botou Theo Walcott em campo. E o veloz meia-atacante, em sua segunda jogada, diminuiu. Mais tarde, Puyol seria expulso ao cometer pênalti em Fábregas, que empatou a partida e também se contundiu - embora não fosse mesmo disputar o jogo de volta, suspenso.

Placar final, 2x2. Nas finalizações, 11x3 para o time espanhol, que teve 62% de posse de bola.

Muricy?

Talvez tenha achado que Guardiola devesse ter substituído Ibra por mais um zagueiro ou volante...

5 comentários:

renato disse...

camarada, perdi seu telefone. me liga. almoço hoje com o petit. abraço.

renato disse...

9270 1070.

Camilo Pinheiro Machado disse...

O que faz o Pet na gávea?

na boa, libertadores tá tranquila pra Fla e Corinthians. Mesmo o time do Mano jogando com um a menos.

Edu Mendonça disse...

Vamos ver hoje o que o Pet faz na Gávea... afinal, sem Adriano, não tem cabimento o gringo ficar no banco e o Mezenga sair jogando (até porque, a partida não é em Volta Redonda).

Poxa, Renatinho, vi o recado tarde demais... rolou?

Guilherme disse...

Muricy no Fla? Putz! Nããããããaõooooo!!!!!