Ela foi, desde o princípio, o objetivo dos casamentos Corinthians-Ronaldo e Flamengo-Adriano. A competição mais cobiçada pelos clubes brasileiros serviu, inclusive, como forte argumento para que eles tivessem o "sim" dos artilheiros.
Apesar das noivas não terem se casado de branco - por motivos evidentes - tiveram uniões pomposas e cercadas de expectativas. Para a felicidade dos casais, algumas foram logo confirmadas. Com Ronaldo, o Corinthians foi campeão paulista e da Copa do Brasil em 2009. Com Adriano, que chegou depois, o Flamengo saiu de uma já desesperançosa espera de 17 anos, conquistando o hexa.
Engana-se quem pensa que a partir dos títulos as coisas começaram a mudar. Nos dois relacionamentos a troca jamais foi justa, desde o princípio. Ronaldo, que ganha 600 mil por mês, pode ter brilhando em muitos momentos, mas já em abril do ano passado, há um ano, portanto, voltava para o hotel em Presidente Prudente embriagado, nos braços do gerente de futebol Antônio Carlos Zago, que acabaria pagando a conta do escândalo na boate Pop's Drinks com o próprio emprego. Adriano, que ganha 400 mil mensais, tem lista ainda mais extensa de confusões e histórias mal contadas, da bolha no calcanhar na reta final do brasileiro à lombalgia suspeita que o deixou fora de jogos decisivos pelo estadual e Libertadores. Some-se a isso os problemas de ambos com a balança e temos dois casos escancarados de absoluta falta de comprometimento com o casamento. As noivas engordaram, pararam de agradar e ainda insistem em pular a cerca, na frente de todos.
No caso específico do Flamengo, a outra parte do casal resolveu dar um "basta" à pouca vergonha. Patrícia Amorim pode ter demitido o gerente e o técnico, mas o alvo, sem dúvida, é Adriano. Quando fala em "moralizar" o futebol da Gávea, em "restaurar a ordem perdida", se refere especificamente a ele. Porque Petkovic não falta a treino; Love, quando falta, treina sozinho no dia seguinte (e, por isso e pela dedicação em campo, é poupado pela torcida e deve ser poupado também de punição pelas manifestações no dia da demissão de Braz e Andrade).
Quem não se enquadra, como Adriano e Álvaro, para citar os casos mais evidentes, está com os dias contados - em junho terminam os contratos de ambos.
Patrícia não estava na Gávea quando o hexa foi conquistado. Mas sabe, como qualquer rubro-negro, que o título vinha servindo de justificativa para todo o mal que encontrou depois. A famosa frase "enquanto a bola estiver entrando" foi um recado claro mas não compreendido por todos. Ao que parece, quem se julgar maior que o clube, nesse momento, estará, na verdade, dando adeus a ele. Como ficou provado pelo coro da torcida no Maracanã ao fim do fiasco contra o Caracas.
Quis o destino que Fla e Corinthians se encontrassem logo agora, nas oitavas da Libertadores. Para o rubro-negro, uma verdadeira benção disfarçada - apesar de ter a desvantagem do segundo jogo fora de casa, se passar não terá pela frente, até a decisão, nenhum dos principais candidatos ao título - Inter, Cruzeiro, São Paulo, Estudiantes, estão todos na outra chave. Uma chance de ouro, poucos meses depois de uma conquista que, teoricamente, deveria ter deixado um clima tranquilo e de poucas cobranças para 2010.
Exatamente o oposto do que cada jogador vai encontrar no Maracanã lotado, nesta quarta. Porque a parte do casal rubro-negro que cansou da putaria e da falta de respeito não compreende apenas Patrícia Amorim.
4 comentários:
Patrícia merece parabéns pelas decisões tomadas, porém ainda não percebeu que não se pulveriza um mal matando apenas o(s) hospedeiro(s).
Apesar de ter o Fla no coração, acho que o Corinthias tem mais méritos para seguir adiante na Libertadores... espero poder me arrepender...ou estar enganado...ou ainda com visão deturpada do que se transformou o Flamango (leia-se aqui os jogadores e comissão técnica)...
... e o Love, a meu ver, se mostrou com idade e perceptividade de um adolescente imaturo, assim como sempre se espera do Adriano isso. Ser poupado?? Ele não merece tal respeito, mesmo sendo um dos mais valentes em campo...
Disciplina requer percepção e sabedoria para compreendê-la. Existem maneiras e mais maneiras de se fazer entender e expressar qualquer contrariedade...Love, como Adriano e mais meia dúzia ali, não merecem a camisa que vestem ou as 'brechas' a apadrinhamentos que ganharam.E não digo isso só pelo clube, mas pela mídia e torcedores também. Futebol requer resultados sim, mas a que custo?? Vale tudo mesmo?? Fechar os olhos e se sentir uma verdadeira besta no paraíso...
As noções de disciplina, respeito, responsabilidade e, principalmente, profissionalismo hoje em dia, infelizmente, são outras. Eu sou do tempo de Raúl, Leandro, Júnior, Andrade, Adílio e Zico. Todos exemplos.
E o triste é pensar que Adriano possa (e é) ser exemplo para alguém. Tomara que a vaia e os xingamentos da torcida, quarta passada, o tenham feito pensar (duvido).
Pior que ele é exemplo sim, porque meu filho de apenas 8 anos o vê assim. Sou um pouco mais novo que voce (32 anos) mas pelo o que já vi do Zico, tenho certeza de que os valores mudaram sim, e muito. Talvez mesmo por isso o próprio não quis assumir nenhuma posição lá nesse momento. É tudo muito incoerente com a história dele e de tantos outros que realmente davam mais do que suor pela camisa...
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